domingo, 28 de janeiro de 2018

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Um poema de Wislawa Szymborska


Agradecimento

Devo imenso
aos que não amo.

O alívio com que aceito
eles estarem mais próximos de outras pessoas.

A alegria de não ser eu
o lobo dos seus cordeiros.

A minha paz com eles,
com eles a minha liberdade,
e isto não o pode dar o amor
nem o consegue tirar.

Não espero por eles
entre porta e janela.
Quase tão calma
como um relógio de sol,
entendo
o que o amor não entende,
desculpo
o que o amor jamais desculparia.

Entre carta e encontro
não passa a eternidade,
mas simplesmente uns dias ou semanas.

As viagens com eles são conseguidas,
os concertos escutados,
as catedrais visitadas,
as paisagens nítidas.

E quando nos separam
sete rios e montanhas,
são rios e montanhas
bem conhecidos dos mapas.

É mérito deles
que eu viva em três dimensões,
num espaço não lírico e não retórico
com um horizonte real porque movente.

Eles próprios ignoram
quanto trazem nas mãos vazias.

«Nada lhes devo» -
diria o amor
a este tema aberto.

Wislawa Szymborska - Paisagem com grão de areia. Trad. Júlio Sousa Gomes. Lisboa: Relógio d’Água, 1998

sábado, 20 de janeiro de 2018

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

A América em canções: da esperança à revolta - 1

O jornal Observador  publicou um bom artigo da América em 30 canções: da esperança à revolta, de José Carlos Fernandes. É daqui que vou retirar algumas canções para ir postando nos próximos dias.
A primeira é “God Bless America” de Kate Smith, 1938.

 

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

sábado, 6 de janeiro de 2018

Bons reis!

Dia de Reis é dia de amigos. Por isso vamos ter amigos cá em casa.

Bolo-rei do Careca
colheita tardia da Alorna
ou moscatel roxo da Bacalhoa.

E outros comes e bebes.


quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Janeiro - VI

 
Mês de janeiro de Les très belles heures du Duc de Berry (Chantilly, Musée Conde)

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018