quarta-feira, 15 de maio de 2019

O ano de 1969


1969 é o ano em que o homem pisa a Lua pela primeira vez.
A 10 de abril desse ano, a Biblioteca Nacional inaugura o seu novo edifício no Campo Grande.


É também o ano da crise académica de Coimbra, da realização do Segundo Congresso Republicano e das eleições legislativas, a que a oposição concorre.
Marcelo Caetano inicia, na RTP, as suas Conversas em família, através das quais pretende iniciar uma nova forma de comunicação com a população. Realiza viagens pelas colónias, onde a guerra continua e os movimentos a favor da independência dos territórios ultramarinos ganham força. Eduardo Mondlane, dirigente da Frelimo, é assassinado.
Almada Negreiros cria o painel «Começar», para a Fundação Calouste Gulbenkian, cuja sede e museu abrem portas em Lisboa.
Em Portugal, saem do prelo, entre muitos outros, Os afluentes do silêncio, de Eugénio de Andrade; Peregrinatio ad loca infecta, de Jorge de Sena; História do teatro português, de Luciana Stegnano Picchio; A noite e o riso, de Nuno Bragança; Invocação ao meu corpo, de Vergílio Ferreira.
Jorge Segurado escreve sobre Francisco d’Ollanda; Alexandre O’Neill e Carlos de Oliveira publicam nos Cadernos de Poesia, da D. Quixote, continuando a sair, na mesma editora, os Cadernos de Cinema; e Manuel Silva Ramos estreia-se com Os três seios de Novélia. Estão em publicação o Dicionário de História de Portugal e as enciclopédias Focus e Verbo. A obra de Wenceslau de Moraes é traduzida para japonês e vários autores portugueses são traduzidos em França, Alemanha…
Na literatura infantil, destaque para Uma flor chamada Maria, de Alves Redol, A flor azul, de Ilse Losa, Figuras e figuronas, de Maria Alberta Menéres, e Histórias com juízo, de Mário Castrim, para além da tradução de alguns volumes da coleção Anita (Martine, no original).
O país tem 30 jornais diários.
Neste ano morrem, entre outros, os escritores António Sérgio, Alves Redol, José Régio, Manuel Mendes e Mário Sacramento, bem como o arquiteto Carlos Ramos.


Simone vence o Festival da Canção com Desfolhada. O Zip-Zip, o primeiro talk show da televisão em Portugal, apresentado por Carlos Cruz, Fialho Gouveia e Raul Solnado, estreia na RTP, dando a conhecer cantores como Francisco Fanhais e Manuel Freire. José Afonso edita Contos velhos, rumos novos e Amália Rodrigues canta na Rússia.

Final da Taça de Portugal. Estádio do Jamor.

No âmbito desportivo, o Benfica vence o campeonato e a Taça de Portugal (esta num memorável jogo contra a Académica), enquanto Joaquim Agostinho alcança o 8.º lugar na Volta a França.


sexta-feira, 3 de maio de 2019

O três de Maio de 1808


Goya - O três de Maio de 1808 em Madrid, 1814
Madrid, Museu do Prado

O quadro representa a repressão do acontecimento que se conhece como o levantamento de 3 de Maio, ocorrido em 1808, após Napoleão invadir a Espanha e a casa real seguir as suas ordens. A revolta estoira a 3 de Maio de 1808, quando uma parte do povo de Madrid tenta evitar a saída, ordenada pelos franceses, do infante Francisco de Paula de Bourbon para França.
A situação subiu de tom e as tropas francesas atiraram contra os madrilenos sublevados.
O comandante das forças francesas, Murat, decidiu reprimir duramente a revolta. Os madrilenos que foram encontrados com armas foram assassinados, à volta de 400 vítimas e 44 revolucionários foram fuzilados na noite de 2 a 3 de Maio na colina do Príncipe Pío, em Madrid. Este é o episódio que Goya mostra no seu quadro.