BukovacVlaho- Retrato da Baronesa Rukavina, 1898
«Sou uma figura de romance por escrever, passando aérea, e desfeita sem ter sido, entre os sonhos de quem me não soube completar.» Bernardo Soares
terça-feira, 26 de maio de 2020
segunda-feira, 18 de maio de 2020
sexta-feira, 15 de maio de 2020
Ao piano - 48
Madeleine Lemaire - Intervalo na aula de piano, ca. 1900
Madeleine Lemaire
Madeleine Lemaire foi uma aguarelista, mas é também conhecida por ter um salão onde aparecia o tout Paris.
terça-feira, 12 de maio de 2020
Canção tão simples
©Foto Luiz Carvalho
Quem poderá domar os cavalos do vento
quem poderá domar este tropel
do pensamento
à flor da pele?
Quem poderá calar a voz do sino triste
que diz por dentro do que não se diz
a fúria em riste
do meu país?
Quem poderá proibir estas letras de chuva
que gota a gota escrevem nas vidraças
pátria viúva
a dor que passa?
Quem poderá prender os dedos farpas
que dentro da canção fazem das brisas
as armas harpas
que são precisas?
Manuel Alegre - O Canto e as Armas. Lisboa: Dom Quixote, 1967
domingo, 3 de maio de 2020
A hipótese do cinzento
Num país a preto e branco
recomendaram-me o cinzento. Um recurso
extraordinário. Com a hipótese do cinzento poderia
ensaiar
soluções inusitadas –
experimentar o morno (que não é frio nem
quente)
explorar o lusco-fusco (que
não é noite nem dia) praticar a omissão
(que não é mentira
nem verdade). Preto e branco misturados permitiam
finalmente
viver em conformidade
desocupar os extremos (tão alheios à virtude)
liquefazer-me na turba
no centro na
média
dourada. Com a paleta dos cinzentos poderia
aprimorar a arte da sobrevivência que
(como os mansos bem sabem) é
não estar vivo
nem morto.
João Luís Barreto Guimarães
Nómada, Lisboa: Quetzal, 2018
sexta-feira, 1 de maio de 2020
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