«Sou uma figura de romance por escrever, passando aérea, e desfeita sem ter sido, entre os sonhos de quem me não soube completar.» Bernardo Soares
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Como este país está cada vez mais parecido com uma república das bananas...
«Ah! Trouxeste-me torrón de Alicante?»
Vejam esta página do facebook:
https://www.facebook.com/cavacapresidenta?ref=ts&fref=ts
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Miss Marple / Helen Hayes
Um leitor deixou um comentário num post antigo sobre Miss Marple, alertando para a não inclusão da atriz Helen Hayes que interpretou aquela personagem de Agatha Christie. Aqui fica Helen Hayes em dois filmes baseados em romances de Agatha Christie.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
Não sendo novidade para muita gente, é sempre bom lembrar...
Lá diz o povo, a verdade é como o azeite. Acaba sempre por vir à tona.
1 - A partir de 2008 torna-se evidente que a operação Face Oculta foi redirecionada pela investigação e pelos Media para passar a visar principalmente Sócrates. Era preciso derrubar Sócrates e mudar de governo, porque havia gigantescos interesses em jogo e, em particular, o caso BPN prometia dar cabo do PSD.
2 - Das fraudes do BPN ignora-se ainda hoje a maior parte. Trata-se de uma torrente de lama inesgotável, que todos os nossos Media evitam tocar.
3 - O agora falado caso IPO/Duarte Lima, de que Isaltino também foi uma peça fulcral, nem foi sequer abordado durante o Inquérito Parlamentar sobre o BPN , inquérito a que o PSD se opôs então com unhas e dentes, como é sabido. A tática então escolhida pelo polvo laranja foi desencadear um inquérito parlamentar paralelo, para averiguar se Sócrates estava ou não a «asfixiar» comunicação social! Mais uma vez, uma produção de ruído para abafar o caso BPN e desviar as atenções.
4 - Mas é interessante examinar como é que o negócio IPO/Lima foi por água abaixo.
5 - Enquanto Lima filho, Raposo e Cia. criavam um fundo com dezenas de milhões, amigavelmente cedidos pelo BPN de Oliveira e Costa, Isaltino pressionava o governo para deslocar o IPO para uns terrenos de Barcarena, concelho de Oeiras. Isaltino comprometia-se a comprar os terrenos (aos Limas e Raposo, como sabemos hoje) com dinheiro da autarquia e a «cedê-los generosamente» ao Estado para lá construir o IPO. Fazia muito jeito que fosse o município de Oeiras a comprar os terrenos e não o ministério da Saúde, porque assim o preço podia s ajustado entre os amigos vendedores compradores, quiçá com umas comissões a transferir para a Suíça.
6 - Duarte Lima tinha sido vogal da comissão de ética (!) do IPO entre 2002 e 2005, estava bem dentro de todos os assuntos e tinha ótimas relações para propiciar o negócio. Além disso, construiu a imagem de homem que venceu o cancro, história lacrimosa com que apagava misérias anteriores. O filho e o companheiro do PSD Vítor Raposo eram os escolhidos para dar o nome, pois ao Lima pai não convinha que o seu nome figurasse como interessado no negócio.
7 - Em Junho de 2007 Isaltino dizia ainda que as negociações para a compra dos terrenos em causa estavam "em fase de conclusão" (só não disse nunca foi a quem os ia comprar, claro). E pressionava o ministro da Saúde: "Se se der uma mudança de opinião do governo, o cancelamento do projeto não será da responsabilidade do município de Oeiras."
8 - Como assim, "mudança de opinião do governo"?
9 - Na verdade, Correia de Campos apenas dissera à Lusa que o governo encarava a transferência do IPO para fora da Praça de Espanha e que estava a procurar um terreno, em Lisboa ou fora da cidade, para esse efeito. Nenhuma decisão tinha sido tomada, nem nunca o seria antes das eleições para a Câmara de Lisboa, que iam realizar-se pouco depois, em Julho de 2007.
10 - No decorrer do ano de 2007, porém, a Câmara de Lisboa, cuja presidência foi conquistada por António Costa, anunciou que ia disponibilizar um terreno municipal para a construção do novo IPO no Parque da Bela Vista Sul, em Chelas, Lisboa. Foi assim que se lixou o projeto Lima-Isaltino: o ministro Correia de Campos não cedeu às pressões de Isaltino e a nova Câmara de Lisboa pretendia que o IPO se mantivesse em Lisboa. Com Santana à frente da autarquia e um ministro da Saúde do PSD teria tudo sido muito diferente. E os Limas e Raposos não teriam hoje as chatices que se sabe. E Duarte Lima até talvez já tivesse uma estátua no Parque dos Poetas do amigo Isaltino.
11 - Sabemos como, alguns meses depois deste desfecho, o ministro Correia de Campos foi atacado por Cavaco no discurso presidencial de Ano Novo, em 1 de janeiro de 2008. Desgostado com as críticas malignas do vingativo Presidente, Correia de Campos pediu a sua demissão ainda nesse mês. Não sabemos o que terá levado Cavaco a visar dessa maneira um ministro do governo Sócrates, por sinal um dos mais competentes. Que Cavaco queria a pele de Correia de Campos, foi bem visível. Ele foi a causa do fracasso do projeto do IPO/Oeiras e dos prejuízos causados ao clã do seu amigo Duarte Lima e ao polvo laranja.
(ª). É bem possível que essa tenha sido a razão. (ª) - É bom que se entenda que o polvo laranja tem como pai o Senhor Silva, hoje PR, que nunca falou sobre o BPN...
(Recebido por e-mail.)
1 - A partir de 2008 torna-se evidente que a operação Face Oculta foi redirecionada pela investigação e pelos Media para passar a visar principalmente Sócrates. Era preciso derrubar Sócrates e mudar de governo, porque havia gigantescos interesses em jogo e, em particular, o caso BPN prometia dar cabo do PSD.
2 - Das fraudes do BPN ignora-se ainda hoje a maior parte. Trata-se de uma torrente de lama inesgotável, que todos os nossos Media evitam tocar.
3 - O agora falado caso IPO/Duarte Lima, de que Isaltino também foi uma peça fulcral, nem foi sequer abordado durante o Inquérito Parlamentar sobre o BPN , inquérito a que o PSD se opôs então com unhas e dentes, como é sabido. A tática então escolhida pelo polvo laranja foi desencadear um inquérito parlamentar paralelo, para averiguar se Sócrates estava ou não a «asfixiar» comunicação social! Mais uma vez, uma produção de ruído para abafar o caso BPN e desviar as atenções.
4 - Mas é interessante examinar como é que o negócio IPO/Lima foi por água abaixo.
5 - Enquanto Lima filho, Raposo e Cia. criavam um fundo com dezenas de milhões, amigavelmente cedidos pelo BPN de Oliveira e Costa, Isaltino pressionava o governo para deslocar o IPO para uns terrenos de Barcarena, concelho de Oeiras. Isaltino comprometia-se a comprar os terrenos (aos Limas e Raposo, como sabemos hoje) com dinheiro da autarquia e a «cedê-los generosamente» ao Estado para lá construir o IPO. Fazia muito jeito que fosse o município de Oeiras a comprar os terrenos e não o ministério da Saúde, porque assim o preço podia s ajustado entre os amigos vendedores compradores, quiçá com umas comissões a transferir para a Suíça.
6 - Duarte Lima tinha sido vogal da comissão de ética (!) do IPO entre 2002 e 2005, estava bem dentro de todos os assuntos e tinha ótimas relações para propiciar o negócio. Além disso, construiu a imagem de homem que venceu o cancro, história lacrimosa com que apagava misérias anteriores. O filho e o companheiro do PSD Vítor Raposo eram os escolhidos para dar o nome, pois ao Lima pai não convinha que o seu nome figurasse como interessado no negócio.
7 - Em Junho de 2007 Isaltino dizia ainda que as negociações para a compra dos terrenos em causa estavam "em fase de conclusão" (só não disse nunca foi a quem os ia comprar, claro). E pressionava o ministro da Saúde: "Se se der uma mudança de opinião do governo, o cancelamento do projeto não será da responsabilidade do município de Oeiras."
8 - Como assim, "mudança de opinião do governo"?
9 - Na verdade, Correia de Campos apenas dissera à Lusa que o governo encarava a transferência do IPO para fora da Praça de Espanha e que estava a procurar um terreno, em Lisboa ou fora da cidade, para esse efeito. Nenhuma decisão tinha sido tomada, nem nunca o seria antes das eleições para a Câmara de Lisboa, que iam realizar-se pouco depois, em Julho de 2007.
10 - No decorrer do ano de 2007, porém, a Câmara de Lisboa, cuja presidência foi conquistada por António Costa, anunciou que ia disponibilizar um terreno municipal para a construção do novo IPO no Parque da Bela Vista Sul, em Chelas, Lisboa. Foi assim que se lixou o projeto Lima-Isaltino: o ministro Correia de Campos não cedeu às pressões de Isaltino e a nova Câmara de Lisboa pretendia que o IPO se mantivesse em Lisboa. Com Santana à frente da autarquia e um ministro da Saúde do PSD teria tudo sido muito diferente. E os Limas e Raposos não teriam hoje as chatices que se sabe. E Duarte Lima até talvez já tivesse uma estátua no Parque dos Poetas do amigo Isaltino.
11 - Sabemos como, alguns meses depois deste desfecho, o ministro Correia de Campos foi atacado por Cavaco no discurso presidencial de Ano Novo, em 1 de janeiro de 2008. Desgostado com as críticas malignas do vingativo Presidente, Correia de Campos pediu a sua demissão ainda nesse mês. Não sabemos o que terá levado Cavaco a visar dessa maneira um ministro do governo Sócrates, por sinal um dos mais competentes. Que Cavaco queria a pele de Correia de Campos, foi bem visível. Ele foi a causa do fracasso do projeto do IPO/Oeiras e dos prejuízos causados ao clã do seu amigo Duarte Lima e ao polvo laranja.
(ª). É bem possível que essa tenha sido a razão. (ª) - É bom que se entenda que o polvo laranja tem como pai o Senhor Silva, hoje PR, que nunca falou sobre o BPN...
(Recebido por e-mail.)
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Ensino Superior: Novos cursos de dois anos
As regras dos cursos superiores de curta duração serão aprovadas quinta-feira em Conselho de Ministros mas os politécnicos temem que o diploma tenha de ser alterado antes de entrar em vigor, uma vez que existem questões "críticas".
No final do encontro, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Joaquim Mourato, saudou a decisão de "finalmente" ser aprovado em Conselho de Ministros o diploma que vai definir as regras de funcionamento dos novos cursos superiores, que terão a duração de apenas dois anos.
No entanto, Joaquim Mourato lamentou a falta de informação sobre estes cursos que vão começar a funcionar no próximo ano letivo nos politécnicos.
Neste momento, sabe-se que além das licenciaturas, mestrados e doutoramentos, no próximo ano letivo deverá haver a possibilidade de estudar para um novo grau académico: o de Técnico Superior Profissional, que é uma "espécie de meia licenciatura", exemplificou o secretário de Estado.
Os novos cursos destinam-se a jovens com mais de 18 anos que tenham terminado o secundário ou a quem falte apenas uma disciplina para terminar o 12.º ano, disse Ferreira Gomes, explicando que no caso de não terem o secundário completo, os alunos podem fazer as disciplinas que faltam "ao longo do 1.º ano" do curso superior.
Os cursos também vão implicar o pagamento de uma propina anual, que será fixada pelos politécnicos. Segundo Ferreira Gomes, o valor máximo da propina não poderá ultrapassar o valor das licenciaturas "mas, provavelmente, será um valor menor".
Para aceder aos novos cursos, os alunos não terão de fazer exames nacionais mas sim uma prova local no instituto onde pretendem ingressar.
"As empresas terão um papel crucial que é dizer quais são as suas necessidades e depois acolher estes jovens. Estes são cursos de dois anos.
No primeiro ano é dada formação geral. No 2.º tem um primeiro semestre de formação profissionais e um segundo semestre é estágio numa empresa", explicou o secretário de Estado.
Para Joaquim Mourato, as informações disponibilizadas pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) aos representantes dos politécnicos são apenas "um rascunho do que vai ser apresentado em Conselho de Ministros", havendo ainda questões por esclarecer.
"Existem algumas situações que são criticas e que ainda temos dificuldade em perceber com exatidão", criticou Joaquim Mourato referindo-se, nomeadamente, ao financiamento dos cursos e à forma como estes cursos se irão distinguir dos restantes cursos de especialização tecnológica.
"Ainda não temos o conhecimento completo de como se organiza, de como se faz a ligação ao ensino superior, como é que são financiados, como é que convivem com os cursos de especialização tecnológica.
Estas questões estão por esclarecer", alertou em declarações aos jornalistas. Segundo Joaquim Mourato, depois da aprovação do diploma em Conselho de Ministros haverá uma sessão de trabalho com a secretaria de Estado para perceber como implementar os novos cursos nos institutos politécnicos.
No entanto, defendeu, nessa altura poderá ser tarde demais: "Provavelmente vamos estar a discutir esse assunto com o documento aprovado o que é um enorme risco. Se encontrarmos questões que não podem ser ultrapassadas, provavelmente terá de ser alterado antes de ser implementado", concluiu Mourato.
Confrontado com estas críticas, o secretário de Estado sublinhou a qualidade do diploma: "O senhor presidente do CCISP apresentou algumas preocupações que nós partilhamos. É natural que haja algumas dúvidas, mas a legislação é razoavelmente aberta para poder enquadrar algumas das preocupações e vamos acompanhar a entrada em funcionamento desses cursos para garantir o seu sucesso". O secretário de Estado explicou ainda que o financiamento dos cursos está previsto no quadro comunitário de apoio através dos programas regionais operacionais.
http://www.noticiasaominuto.com/pais/168686/novos-cursos-superiores-de-dois-anos-aprovados-quinta-feir#.UvC-hj1_tA1
Para onde caminho o Ensino Superior?
No final do encontro, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Joaquim Mourato, saudou a decisão de "finalmente" ser aprovado em Conselho de Ministros o diploma que vai definir as regras de funcionamento dos novos cursos superiores, que terão a duração de apenas dois anos.
No entanto, Joaquim Mourato lamentou a falta de informação sobre estes cursos que vão começar a funcionar no próximo ano letivo nos politécnicos.
Neste momento, sabe-se que além das licenciaturas, mestrados e doutoramentos, no próximo ano letivo deverá haver a possibilidade de estudar para um novo grau académico: o de Técnico Superior Profissional, que é uma "espécie de meia licenciatura", exemplificou o secretário de Estado.
Os novos cursos destinam-se a jovens com mais de 18 anos que tenham terminado o secundário ou a quem falte apenas uma disciplina para terminar o 12.º ano, disse Ferreira Gomes, explicando que no caso de não terem o secundário completo, os alunos podem fazer as disciplinas que faltam "ao longo do 1.º ano" do curso superior.
Os cursos também vão implicar o pagamento de uma propina anual, que será fixada pelos politécnicos. Segundo Ferreira Gomes, o valor máximo da propina não poderá ultrapassar o valor das licenciaturas "mas, provavelmente, será um valor menor".
Para aceder aos novos cursos, os alunos não terão de fazer exames nacionais mas sim uma prova local no instituto onde pretendem ingressar.
"As empresas terão um papel crucial que é dizer quais são as suas necessidades e depois acolher estes jovens. Estes são cursos de dois anos.
No primeiro ano é dada formação geral. No 2.º tem um primeiro semestre de formação profissionais e um segundo semestre é estágio numa empresa", explicou o secretário de Estado.
Para Joaquim Mourato, as informações disponibilizadas pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) aos representantes dos politécnicos são apenas "um rascunho do que vai ser apresentado em Conselho de Ministros", havendo ainda questões por esclarecer.
"Existem algumas situações que são criticas e que ainda temos dificuldade em perceber com exatidão", criticou Joaquim Mourato referindo-se, nomeadamente, ao financiamento dos cursos e à forma como estes cursos se irão distinguir dos restantes cursos de especialização tecnológica.
"Ainda não temos o conhecimento completo de como se organiza, de como se faz a ligação ao ensino superior, como é que são financiados, como é que convivem com os cursos de especialização tecnológica.
Estas questões estão por esclarecer", alertou em declarações aos jornalistas. Segundo Joaquim Mourato, depois da aprovação do diploma em Conselho de Ministros haverá uma sessão de trabalho com a secretaria de Estado para perceber como implementar os novos cursos nos institutos politécnicos.
No entanto, defendeu, nessa altura poderá ser tarde demais: "Provavelmente vamos estar a discutir esse assunto com o documento aprovado o que é um enorme risco. Se encontrarmos questões que não podem ser ultrapassadas, provavelmente terá de ser alterado antes de ser implementado", concluiu Mourato.
Confrontado com estas críticas, o secretário de Estado sublinhou a qualidade do diploma: "O senhor presidente do CCISP apresentou algumas preocupações que nós partilhamos. É natural que haja algumas dúvidas, mas a legislação é razoavelmente aberta para poder enquadrar algumas das preocupações e vamos acompanhar a entrada em funcionamento desses cursos para garantir o seu sucesso". O secretário de Estado explicou ainda que o financiamento dos cursos está previsto no quadro comunitário de apoio através dos programas regionais operacionais.
http://www.noticiasaominuto.com/pais/168686/novos-cursos-superiores-de-dois-anos-aprovados-quinta-feir#.UvC-hj1_tA1
Para onde caminho o Ensino Superior?
sábado, 1 de fevereiro de 2014
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
O Dínamo de Kiev: uma equipa de futebol que preferiu morrer
E ainda há quem procure negar, ou esconder, o que foi nazi-fascismo.
Na Ucrânia, os jogadores do F. C. Start (nome clandestino do Dínamo de Kiev), hoje, são heróis da pátria e o seu exemplo de coragem é ensinado nos colégios. Os possuidores de entradas daquela fatídica partida têm direito a assento gratuito no estádio do Dínamo de Kiev.
A história do futebol mundial inclui milhares de episódios emocionantes e comoventes, mas seguramente nenhum tão terrível como o protagonizado pelos jogadores do Dinamo de Kiev nos anos 40.
Os jogadores jogaram uma partida sabendo que se ganhassem seriam assassinados e, no entanto, decidiram ganhar. Na morte deram uma lição de coragem, de vida e honra, que não encontra, pelo seu dramatismo, outro caso similar no mundo.
Para compreender a sua decisão, é necessário conhecer como chegaram a jogar aquela decisiva partida, e por que um simples encontro de futebol representou para eles o momento crucial das suas vidas.
Josef Kordik, um padeiro alemão a quem os nazis não perseguiam, dada a sua origem, torcia fanaticamente pelo Dinamo.
Um dia caminhava pela rua quando, surpreendido, olhou para um mendigo e de imediato se deu conta de que era o seu ídolo: o gigante Trusevich.
Ainda que fosse ilegal, mediante artimanhas, o comerciante alemão enganou aos nazis e contratou o guarda redes para que trabalhasse na sua padaria. A sua ânsia em ajudá-lo foi valorizada pelo jogador, que agradecia a possibilidade de se alimentar e dormir debaixo de um teto. Ao mesmo tempo, Kordik emocionava-se por ter feito amizade com a estrela da sua equipa.
Na convivência, as conversas sempre giravam em torno do futebol e do Dinamo, até que o padeiro teve uma ideia genial: pediu a Trusevich que em lugar de trabalhar como ele, amassando pães, se dedicasse a procurar o resto dos seus colegas. Não só lhe continuaria a pagar, como juntos podiam salvar os outros jogadores.
Percorreu o que restava da cidade devastada, dia e noite, e entre feridos e mendigos foi descobrindo, um a um, os seus amigos do Dinamo.
Kordik deu trabalho a todos, esforçando-se para que ninguém descobrisse a manobra.
Trusevich encontrou também alguns rivais do campeonato russo, três jogadores da Lokomotiv, e também os resgatou.
Em poucas semanas, a padaria escondia, entre os seus empregados, uma equipa completa.
Reunidos pelo padeiro, os jogadores não demoraram em dar o passo seguinte, e decidiram, alentados pelo seu protetor, voltar a jogar. Era, para além de escapar dos nazis, a única coisa que sabiam fazer bem. Muitos tinham perdido as suas famílias às mãos do exército de Hitler, e o futebol era a última sombra mantida das suas vidas anteriores.
Como o Dinamo estava fechado e proibido, deram um novo nome àquela equipa. Assim nasceu o F. C. Start, que através de contatos alemães começou a desafiar a equipas de soldados inimigos e seleções formadas no III Reich.
Em 7 de junho de 1942, jogaram a sua primeira partida. Apesar de estarem famintos e cansados por terem trabalhado toda a noite, venceram por 7 a 2. O seu rival seguinte foi a equipa de uma guarnição húngara, ganharam por 6 a 2. Depois meteram 11 golos a uma equipa romena. A coisa ficou séria quando em 17 de julho enfrentaram uma equipa do exército alemão e golearam-na por 6 a 2. Muitos nazis começaram a ficar chateados pela crescente fama do grupo de empregados da padaria e tentaram encontrar uma equipa melhor para lhes ganhar. Trouxeram da Hungria o MSG com a missão de derrotá-los, mas o F. C. Start goleou mais uma vez por 5 a 1, e mais tarde, ganhou por 3 a 2 na revanche.
Em 6 de agosto, convencidos da sua superioridade, os alemães prepararam uma equipa com membros da Luftwaffe, o Flakelf, que era uma grande equipa, utilizada como instrumento de propaganda de Hitler. Os nazis tinham resolvido encontrar o melhor rival possível para acabar com o F. C. Start, que já gozava de enorme popularidade entre o sofrido povo refém dos nazis. A surpresa foi grande, porque apesar da violência e falta de desportivismo dos alemães, o Start venceu por 5 a 1.
Depois desta escandalosa queda da equipa de Hitler, os alemães descobriram a manobra do padeiro. Assim, de Berlim chegou uma ordem de acabar com todos eles, inclusive com o padeiro, mas a hierarquia nazi local não se contentou com isso. Não queria que a última imagem dos ucranianos fosse uma vitória, porque acreditavam que se fossem simplesmente assassinados não fariam nada mais que perpetuar a derrota alemã. A superioridade da raça ariana, em particular no desporto, era uma obsessão para Hitler e para os altos comandos. Por essa razão, antes de fuzilá-los, queriam derrotar a equipa num jogo. Com um clima tremendo de pressão e ameaças por todos os lados, anunciou-se a revanche para 9 de agosto, no repleto estádio Zenit. Antes do jogo, um oficial da SS entrou no vestiário e disse em russo: - "Vou ser o juiz do jogo, respeitem as regras e saúdem com o braço levantado", exigindo que eles fizessem a saudação nazista. Já no campo, os jogadores do Start (camisa vermelha e calção branco) levantaram o braço, mas no momento da saudação, levaram a mão ao peito e no lugar de dizer: - "Heil Hitler!", gritaram - "Fizculthura!", uma expressão soviética que proclamava a cultura física.
- "Se vocês ganharem, não sai ninguém vivo" - ameaçou um outro oficial das SS. Os jogadores ficaram com muito medo e até pensaram não jogar a segunda parte. Mas pensaram nas suas famílias, nos crimes que tinham sido cometidos, na gente sofrida que nas bancadas gritava desesperadamente por eles e decidiram jogar.
Deram um verdadeiro baile nos nazis. E no final da partida, quando ganhavam por 5 a 3, o atacante Klimenko ficou cara a cara com o arqueiro alemão. Deu-lhe um drible deixando o coitado estatelado no chão e ao ficar em frente à trave, quando todos esperavam o golo, deu meia volta e chutou a bola para o centro do campo. Foi um gesto de desprezo, de superioridade total. O estádio veio abaixo.
Como toda Kiev poderia a vir falar da façanha, os nazis deixaram que os jogadores saíssem do campo, como se nada tivesse ocorrido. Inclusive o Start jogou dias depois e goleou o Rukh por 8 a 0. Mas o final já estava traçado: depois desta última partida, a Gestapo visitou a padaria.
O primeiro a morrer torturado em frente a todos os outros foi Kordik, o padeiro. Os demais presos foram enviados para os campos de concentração de Siretz. Ali mataram brutalmente Kuzmenko, Klimenko e Trusevich, que morreu vestido com a camiseta do F. C. Start. Goncharenko e Sviridovsky, que não estavam na padaria naquele dia, foram os únicos que sobreviveram, escondidos, até a libertação de Kiev em novembro de 1943. O resto da equipa foi torturado até à morte.
Ainda hoje, os possuidores de entradas daquela partida têm direito a um assento gratuito no estádio do Dinamo de Kiev. Nas escadarias do clube, conserva-se atualmente um monumento que saúda e recorda aqueles heróis do F. C. Start, os indomáveis prisioneiros de guerra do Exército Vermelho, aos quais ninguém pode derrotar durante uma dezena de históricas partidas, entre 1941 e 1942.
Foram todos mortos entre torturas e fuzilamentos, mas há uma lembrança, uma fotografia que, para os torcedores do Dinamo, vale mais que todas as jóias em conjunto do Kremlin. Ali figuram os nomes dos jogadores.
Em baixo a única foto que se conserva da heróica equipa do Dinamo e o nome dos seus jogadores. Goncharenko e Sviridovsky, os únicos sobreviventes, junto ao monumento que recorda os seus colegas.
Na Ucrânia, os jogadores do F. C. Start (nome clandestino do Dínamo de Kiev), hoje, são heróis da pátria e o seu exemplo de coragem é ensinado nos colégios. Os possuidores de entradas daquela fatídica partida têm direito a assento gratuito no estádio do Dínamo de Kiev.
Os jogadores jogaram uma partida sabendo que se ganhassem seriam assassinados e, no entanto, decidiram ganhar. Na morte deram uma lição de coragem, de vida e honra, que não encontra, pelo seu dramatismo, outro caso similar no mundo.
Para compreender a sua decisão, é necessário conhecer como chegaram a jogar aquela decisiva partida, e por que um simples encontro de futebol representou para eles o momento crucial das suas vidas.
Tudo começou em 19 de setembro de 1941, quando a cidade de Kiev (capital ucraniana) foi ocupada pelo exército nazi, e os homens de Hitler aplicaram um regime de castigo impiedoso e arrasaram tudo.
A cidade converteu-se num inferno controlado pelos nazis, e durante os meses seguintes chegaram centenas de prisioneiros de guerra, que não tinham permissão para trabalhar nem viver nas casas, assim todos vogavam pelas ruas na mais absoluta indigência. Entre aqueles soldados doentes e desnutridos, estava Nikolai Trusevich, que tinha sido guarda-redes do Dinamo.Josef Kordik, um padeiro alemão a quem os nazis não perseguiam, dada a sua origem, torcia fanaticamente pelo Dinamo.
Um dia caminhava pela rua quando, surpreendido, olhou para um mendigo e de imediato se deu conta de que era o seu ídolo: o gigante Trusevich.
Ainda que fosse ilegal, mediante artimanhas, o comerciante alemão enganou aos nazis e contratou o guarda redes para que trabalhasse na sua padaria. A sua ânsia em ajudá-lo foi valorizada pelo jogador, que agradecia a possibilidade de se alimentar e dormir debaixo de um teto. Ao mesmo tempo, Kordik emocionava-se por ter feito amizade com a estrela da sua equipa.
Na convivência, as conversas sempre giravam em torno do futebol e do Dinamo, até que o padeiro teve uma ideia genial: pediu a Trusevich que em lugar de trabalhar como ele, amassando pães, se dedicasse a procurar o resto dos seus colegas. Não só lhe continuaria a pagar, como juntos podiam salvar os outros jogadores.
Percorreu o que restava da cidade devastada, dia e noite, e entre feridos e mendigos foi descobrindo, um a um, os seus amigos do Dinamo.
Kordik deu trabalho a todos, esforçando-se para que ninguém descobrisse a manobra.
Trusevich encontrou também alguns rivais do campeonato russo, três jogadores da Lokomotiv, e também os resgatou.
Em poucas semanas, a padaria escondia, entre os seus empregados, uma equipa completa.
Reunidos pelo padeiro, os jogadores não demoraram em dar o passo seguinte, e decidiram, alentados pelo seu protetor, voltar a jogar. Era, para além de escapar dos nazis, a única coisa que sabiam fazer bem. Muitos tinham perdido as suas famílias às mãos do exército de Hitler, e o futebol era a última sombra mantida das suas vidas anteriores.
Como o Dinamo estava fechado e proibido, deram um novo nome àquela equipa. Assim nasceu o F. C. Start, que através de contatos alemães começou a desafiar a equipas de soldados inimigos e seleções formadas no III Reich.
Em 7 de junho de 1942, jogaram a sua primeira partida. Apesar de estarem famintos e cansados por terem trabalhado toda a noite, venceram por 7 a 2. O seu rival seguinte foi a equipa de uma guarnição húngara, ganharam por 6 a 2. Depois meteram 11 golos a uma equipa romena. A coisa ficou séria quando em 17 de julho enfrentaram uma equipa do exército alemão e golearam-na por 6 a 2. Muitos nazis começaram a ficar chateados pela crescente fama do grupo de empregados da padaria e tentaram encontrar uma equipa melhor para lhes ganhar. Trouxeram da Hungria o MSG com a missão de derrotá-los, mas o F. C. Start goleou mais uma vez por 5 a 1, e mais tarde, ganhou por 3 a 2 na revanche.
Em 6 de agosto, convencidos da sua superioridade, os alemães prepararam uma equipa com membros da Luftwaffe, o Flakelf, que era uma grande equipa, utilizada como instrumento de propaganda de Hitler. Os nazis tinham resolvido encontrar o melhor rival possível para acabar com o F. C. Start, que já gozava de enorme popularidade entre o sofrido povo refém dos nazis. A surpresa foi grande, porque apesar da violência e falta de desportivismo dos alemães, o Start venceu por 5 a 1.
Depois desta escandalosa queda da equipa de Hitler, os alemães descobriram a manobra do padeiro. Assim, de Berlim chegou uma ordem de acabar com todos eles, inclusive com o padeiro, mas a hierarquia nazi local não se contentou com isso. Não queria que a última imagem dos ucranianos fosse uma vitória, porque acreditavam que se fossem simplesmente assassinados não fariam nada mais que perpetuar a derrota alemã. A superioridade da raça ariana, em particular no desporto, era uma obsessão para Hitler e para os altos comandos. Por essa razão, antes de fuzilá-los, queriam derrotar a equipa num jogo. Com um clima tremendo de pressão e ameaças por todos os lados, anunciou-se a revanche para 9 de agosto, no repleto estádio Zenit. Antes do jogo, um oficial da SS entrou no vestiário e disse em russo: - "Vou ser o juiz do jogo, respeitem as regras e saúdem com o braço levantado", exigindo que eles fizessem a saudação nazista. Já no campo, os jogadores do Start (camisa vermelha e calção branco) levantaram o braço, mas no momento da saudação, levaram a mão ao peito e no lugar de dizer: - "Heil Hitler!", gritaram - "Fizculthura!", uma expressão soviética que proclamava a cultura física.
Os alemães (camisa branca e calção negro) marcaram o primeiro golo, mas o Start chegou ao intervalo do segundo tempo ganhando por 2 a 1.
Receberam novas visitas ao vestiário, desta vez com armas e advertências claras e concretas: - "Se vocês ganharem, não sai ninguém vivo" - ameaçou um outro oficial das SS. Os jogadores ficaram com muito medo e até pensaram não jogar a segunda parte. Mas pensaram nas suas famílias, nos crimes que tinham sido cometidos, na gente sofrida que nas bancadas gritava desesperadamente por eles e decidiram jogar.
Deram um verdadeiro baile nos nazis. E no final da partida, quando ganhavam por 5 a 3, o atacante Klimenko ficou cara a cara com o arqueiro alemão. Deu-lhe um drible deixando o coitado estatelado no chão e ao ficar em frente à trave, quando todos esperavam o golo, deu meia volta e chutou a bola para o centro do campo. Foi um gesto de desprezo, de superioridade total. O estádio veio abaixo.
Como toda Kiev poderia a vir falar da façanha, os nazis deixaram que os jogadores saíssem do campo, como se nada tivesse ocorrido. Inclusive o Start jogou dias depois e goleou o Rukh por 8 a 0. Mas o final já estava traçado: depois desta última partida, a Gestapo visitou a padaria.
O primeiro a morrer torturado em frente a todos os outros foi Kordik, o padeiro. Os demais presos foram enviados para os campos de concentração de Siretz. Ali mataram brutalmente Kuzmenko, Klimenko e Trusevich, que morreu vestido com a camiseta do F. C. Start. Goncharenko e Sviridovsky, que não estavam na padaria naquele dia, foram os únicos que sobreviveram, escondidos, até a libertação de Kiev em novembro de 1943. O resto da equipa foi torturado até à morte.
Ainda hoje, os possuidores de entradas daquela partida têm direito a um assento gratuito no estádio do Dinamo de Kiev. Nas escadarias do clube, conserva-se atualmente um monumento que saúda e recorda aqueles heróis do F. C. Start, os indomáveis prisioneiros de guerra do Exército Vermelho, aos quais ninguém pode derrotar durante uma dezena de históricas partidas, entre 1941 e 1942.
Foram todos mortos entre torturas e fuzilamentos, mas há uma lembrança, uma fotografia que, para os torcedores do Dinamo, vale mais que todas as jóias em conjunto do Kremlin. Ali figuram os nomes dos jogadores.
Em baixo a única foto que se conserva da heróica equipa do Dinamo e o nome dos seus jogadores. Goncharenko e Sviridovsky, os únicos sobreviventes, junto ao monumento que recorda os seus colegas.
Na Ucrânia, os jogadores do FC Start hoje são heróis da pátria e o seu exemplo de coragem é ensinado nos colégios.
(Recebido por email.)
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