Jantar de Bruxas em casa de amigos. O nosso contributo é um pudim de abóbora.
«Sou uma figura de romance por escrever, passando aérea, e desfeita sem ter sido, entre os sonhos de quem me não soube completar.» Bernardo Soares
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Nos 110 anos de Drummond
Bouguereau - Eros et Psiché
AS SEM-RAZÕES DO AMOR
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 30 de outubro de 2012
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
D. Fernando II, o Rei Artista
Fernando de Saxe Coburgo Gotha, c. 1836
Palácio Nacional da Ajuda
Fernando de Saxe Coburgo Gotha nasceu em Viena em 29 de outubro de 1816 e casou aos 19 anos com D. Maria II.
domingo, 28 de outubro de 2012
Canaletto e Veneza
Canaletto - O Grande Canal e a Igreja de Santa Maria della Salute
Canaletto nasceu em 28 de outubro de 1697.
William Monk
Anne Perry nasceu em 28 de outubro de 1938.
William Monk é um personagem criado por Anne Perry. Este polícia da era vitoriana abandona a polícia no segundo livro da série e torna-se um investigador particular.
sábado, 27 de outubro de 2012
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Lusíadas em tempo de crise
I
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta
IV
E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene
Luiz Vaz Sem Tostões
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta
IV
E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene
Luiz Vaz Sem Tostões
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Sintra
Philip Foxx - Approaching Sintra
Aguarela
Sintra sonhadora
Entre brumas verdes e vozes muito antigas
25.10.62
Alberto de Lacerda
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Diálogo entre Colbert e Mazarin
Colbert: - Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço…
Mazarino: - Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas, vai parar à prisão. Mas o Estado é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se… Todos os Estados o fazem!
Colbert: - Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis?
Mazarino: - Criando outros.
Colbert: - Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino: - Sim, é impossível.
Colbert: - E sobre os ricos?
Mazarino: - Os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert: - Então, como faremos?
Mazarino: - Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média!
Mazarino: - Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas, vai parar à prisão. Mas o Estado é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se… Todos os Estados o fazem!
Colbert: - Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis?
Mazarino: - Criando outros.
Colbert: - Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino: - Sim, é impossível.
Colbert: - E sobre os ricos?
Mazarino: - Os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert: - Então, como faremos?
Mazarino: - Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média!
(Diálogo entre Colbert e Mazarino, durante o reinado de Luís XIV, de 1643 a 1715, extraído da peça teatral Le Diable Rouge, de Antoine Rault)
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Reformados indignados organizam-se em movimento cívico
Um grupo de reformados e pensionistas indignados com os cortes anunciados no Orçamento do Estado para 2013 vai reunir-se pela primeira vez esta segunda-feira, com o objetivo de criar um movimento cívico.
Mais de meio milhar de pessoas é esperado neste encontro nacional que vai decorrer em Coimbra. Os reformados e pensionistas admitem avançar para protestos, embora estes ainda não tenham sido definidos.
Os maridos das outras / As mulheres dos outros
Miguel Araújo
Vozes: Bebiana Pinto, Cátia Teles, Raquel Freitas, Filipa Costa e Nádia Sousa. Participação: André Buffon, Filipe Martins, Paulo Roque e Ricardo Teles. Letra: Maria João Leite.
domingo, 21 de outubro de 2012
À roda de uma paella
Hoje um grupo de amigos reuniu-se à volta de uma paella à valenciana, feita a preceito.
Uma tarde em grande.
sábado, 20 de outubro de 2012
Passos Coelho vai à bruxa
A vidente concentra-se, fecha os olhos e diz:
- Vejo o senhor a passar numa avenida, em carro aberto, com o povo a acenar.
Encantado, Passos Coelho, pergunta:
- E a multidão, está feliz?
- Como nunca!
- E o povo, corre atrás do carro?
- Atrás e à volta. Como loucos!
- A polícia até tem dificuldade em abrir caminho.
- As pessoas, carregam bandeiras, dísticos?
- Sim, bandeiras de Portugal e faixas com palavras de esperança.
- A sério?! E gritam, cantam?
- Gritam: "Agora sim!!! Agora tudo vai melhorar!"
- E eu, como é que eu reajo?
- Não dá p’ra ver.
- Não dá p’ra ver?!
- Não!
- O caixão vai fechado...
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
"Os gatos" de Manuel António Pina
Foto de Luísa Ferreira
Há um deus único e secreto
em cada gato inconcreto
governando um mundo efémero
onde estamos de passagem
Um deus que nos hospeda
nos seus vastos aposentos
de nervos, ausências, pressentimentos,
e de longe nos observa
Somos intrusos, bárbaros amigáveis,
e compassivo o deus
permite que o sirvamos
e a ilusão de que o tocamos
Manuel António Pina
(Como se desenha uma casa, Lisboa, Assírio & Alvim, 2011)
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
domingo, 14 de outubro de 2012
sábado, 13 de outubro de 2012
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
A não perder
Joseph, judeu de 11 anos, é obrigado a ir para a escola com a estrela amarela ao peito, símbolo da impureza da sua raça. Entre a bondade e o desprezo da comunidade em seu redor, ele e a família tentam levar tudo isso da melhor maneira e, apesar de todas as contrariedades, continuam a viver em relativa harmonia e felicidade. Porém, tudo se desmorona no dia 16 de Julho, quando mais 13 mil judeus de nacionalidade francesa são conduzidos para o Velódromo de Inverno em Paris onde alguns serão posteriormente transportados para campos de concentração.
"As Crianças de Paris" segue o destino real de algumas destas pessoas: desde os que, à distância, tomaram as decisões governamentais que levaram aquele momento, até aos milhares de inocentes que morreram, sem esquecer os poucos que, contra todas as probabilidades, conseguiram escapar com vida.
Um filme dramático, realizado por Rose Bosch, cujas personagens apresentados existiram de facto e todos os eventos descritos, mesmo os mais dramáticos, aconteceram durante o terrível Verão de 1942, em França. Entre o elenco, Jean Reno, Mélanie Laurent, Gad Elmaleh e Hugo Leverdez. (Público)
terça-feira, 9 de outubro de 2012
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
domingo, 7 de outubro de 2012
sábado, 6 de outubro de 2012
Leonard Cohen em Lisboa
Amanhã vamos ao Pavilhão Atlântico ver este dinossauro. Já é a terceira vez que o vamos ver e tem sido fantástico. Um grande poeta, um grande músico e um profissional a sério.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Solta-se o beijo, o gato mia
No fim de semana, enquanto andava às compras, ouvi esta canção. E tive saudades da Ala dos Namorados e da Sara Tavares.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
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