quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Myriam Zaluar

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No passado dia 6 de março, o MSE (Movimento dos Sem Emprego) levou a cabo uma inscrição coletiva de desempregados no Centro de Emprego do Conde Redondo, ação que motivou a pronta intervenção das forças de segurança com a respectiva identificação dos desempregados presentes.

Na sequência dessa ação, Myriam Zaluar, então activista do movimento, acabaria acusada do crime de “manifestação ilegal”, processo que terá no próximo 10 de janeiro, às 11h, no Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa, o respectivo desenlace.
Poucas semanas depois dos factos e com o objetivo de defender a companheira - acusada em nome de todos - e de defender o direito à distribuição de panfletos, o MSE repetiu a acção com cerca de meia centena de desempregados, sendo que desta feita a polícia não só não identificou ninguém, como sublinhou, à frente dos jornalistas presentes, que a repetição da ação não comportava nenhuma ilegalidade que justificasse a sua intervenção, tendo assistido a tudo serenamente.
Face aos factos, não só fica evidente a discricionariedade da atuação policial, como a desproporção e o disparate da acusação de que a activista foi alvo, motivos que deviam envergonhar um estado de direito forjado no chão de Abril.
Depois de lançar a austeridade querem agora semear o medo, mas cada acção para nos travar é um reforço para o nosso ânimo. Lutamos contra o desemprego como contra a intimidação e, apesar de termos seguido caminhos diferentes e de hoje a Myriam se ter afastado do MSE não são motivos para que não só manifestemos a nossa solidariedade como a disponibilidade e o uso de todas as nossas forças para garantir a sua defesa.
Ontem foi a Myriam Zaluar, hoje foi a Paula Montez e não sabemos quem será amanhã, mas sabemos que a criminalização é a outra face do desemprego. O nosso combate é feito para que chegue o dia em que todos usufruam do direito ao trabalho e tenham sido derrubados todos os obstáculos ao exercício da nossa liberdade.
No próximo dia 11 de janeiro não é só a Myriam Zaluar que estará no banco dos réus uma vez que este é um processo contra todo o movimento e que visa todos aqueles que não desistem de lutar. Por tudo isso lá estaremos para dizer bem alto que “Somos Todos Myriam Zaluar!” e que vamos continuar a defender os nossos direitos na proporção do ataque de que estamos a ser alvo.

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