quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Indignai-vos!


Faleceu ontem em Paris Stéphane Hessel, um humanista.

"Acredito que há um risco, que é o de que as pessoas se indignem, protestem e depois tudo continue na mesma. É preciso que a indignação dê lugar a um comprometimento conjunto."

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A não perder


Barbara é médica na parte oriental de Berlim. Estamos em 1980 e ela quer visitar o namorado que se encontra na Alemanha Ocidental, o que lhe é negado. É então colocada num hospital de província. 
O realizador alemão Christian Petzold ganhou com este filme, em 2012, o prémio de melhor realizador no Festival de Berlim.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

"Meu pé de laranja lima" e "Rosinha, minha canoa"

Ao que me lembro, é a história de Zezé, filho de uma operária e de um desempregado. As irmãs mais velhas tomavam conta de Zezé e de seus outros irmãos, enquanto Zezé se ocupava do seu irmão mais novo, Luís. Foi o primeiro livro do brasileiro José Mauro de Vasconcelos que li e gostei. Seguiu-se Rosinha, minha canoa.

– Você vai me dar um nome, não?
– Precisa?
Afastou-se da eguinha e olhou o bichinho nos olhos. Na última réstia de luz que antecede a noite, ele divisou os risquinhos dos olhos dela. Mas não eram os risquinhos que divisava. Podia jurar, pelo mais sagrado, que não era. Estava vendo eram duas Rosinhas deslizando num rio calmo e distante. Teve uma ideia.
– Você gosta do nome de Rosinha?
– Não pode ter nome mais bonito!...
Zé Orocó engoliu em seco e era a última vez que faria isso.
– Então você vai se chamar Rosinha!
E estreitando mais a cabeça da eguinha contra o peito que se renovava, esmagou ali brandamente um mundo de ternuras.
– Você vai ser
ROSINHA, MEU AMOR
(José Mauro de Vasconcelos - Rosinha, Minha Canoa, São Paulo, Ed. Melhoramentos, S. Paulo, 1990, p. 196)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Uma fábula (?) para acabar o dia...

Foi assim:
Um dia, decidi sair do trabalho mais cedo e fui jogar golfe! Quando estava a escolher o taco, notei que havia uma rã perto dele.
A rã disse:
- Croc-croc! Taco de ferro, número nove!

Eu achei graça e resolvi provar que a rã estava errada.

Peguei no taco que ela sugeriu e bati na bola.
Para minha surpresa a bola parou a um metro do buraco!

- Uau!!! - gritei eu, virando-me para a rã - Será que você é a minha rã da sorte?

Então resolvi levá-la comigo até ao buraco.

- O que é que acha, rã da sorte?
- Croc-croc! Taco de madeira, número três!

Peguei no taco 3 e bati. Bum! Directa ao buraco!

Dali em diante, acertei todas as tacadas e acabei por fazer a maior pontuação da minha vida!
Resolvi levar a rã p'ra casa e, no caminho, ela falou:
- Croc-croc! Las Vegas !

Mudei o caminho e fui directo para o aeroporto!
Nem avisei a minha mulher!
Chegados a Las Vegas a rã disse:
- Croc-croc! Casino, roleta!

Evidentemente, obedeci à rã, que logo sugeriu:
- Croc-croc! 10 mil dólares, preto 21, três vezes seguidas.
Era uma loucura fazer aquela aposta, mas não hesitei.
A rã já tinha credibilidade.

Coloquei todas as minhas fichas no 21! Ganhei milhões!
Peguei naquela massa toda e fui para a recepção do hotel, onde exigi uma suíte presidencial.

Tirei a rã do bolso, coloquei-a sobre os lençóis de cetim e disse:
- Rãzinha querida! Não sei como te pagar todos esses favores!
Fizeste-me ganhar tanto dinheiro que ser-te-ei grato para sempre!
E a rã replicou:
- Croc-croc! Dê-me um beijo! Mas tem que ser na boca!

Tive um pouco de nojo, mas pensei em tudo que ela me fez e acabei por lhe dar o beijo na boca!

No momento em que eu beijei a rã, ela transformou-se numa linda ninfa de 17 anos, completamente nua, sentada sobre mim.

Ela foi-me empurrando, devagarinho, para a banheira de espuma...

"Eu juro" - disse o ex-Presidente do BPN ao Presidente da Comissão de Ética -"foi assim que consegui a minha fortuna! E que essa menina foi parar ao meu quarto!".

Não só o Presidente da Comissão de Ética acreditou, como também, todos os Deputados e todos os membros do Supremo Tribunal de Justiça e ainda o Presidente da Republica Cavaco Silva.


Recebido por e-mail.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Música de cinema - 36

Bruce Springsteen ganhou o Óscar para a melhor canção, em 1993, com esta Streets of Philadelphia. Um a canção magnífica para um filme magnífico.
Quem ganhará hoje?

sábado, 23 de fevereiro de 2013

"Emílio e os detetives", de Erich Kästner



Emílio Tischbein, filho único e aluno exemplar, vai de férias para casa dos tios em Berlim. As suas aventuras começam quando entra no comboio. Um livro cheio de emoção, narrado com muito humor por Erich Kästner. 
O herói de Emílio e os detectives entra também em Emílio e os três gémeos (1933).
Li as edições da Livraria Clássica Editora. No ano passado, ofereci ao filho de um amigo a edição de Emílio e os detectives da Vega. Quis comprar também Emílio e os três gémeos e soube que não há edição disponível no mercado.
Erich Kästner nasceu em Dresden, a 23 de fevereiro de 1899, e faleceu em Munique, a 29 de julho de 1974.


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Música de cinema - 35

"Say you, say me" de Lionel Richie ganhou o Óscar para a melhor canção em 1985. Fazia parte do filme White Nights (Sol da meia-noite, em português), de Taylor Hackford.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Funeral blues

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone.
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message. He is Dead,
Put crépe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song,
I thought that love would last forever: 'I was wrong'

The stars are not wanted now, put out every one;
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood.
For nothing now can ever come to any good.

***

Parem todos os relógios, desliguem o telefone,
Não deixem o cão ladrar aos ossos suculentos,
Silenciem os pianos e abafem o tambor
Tragam o caixão, deixem passar a dor.

Que os aviões voem sobre nós lamentando,
Escrevinhando no céu a mensagem: Ele Está Morto,
Ponham laços de crepe nos pescoços das pombas da região,
Que os polícias de trânsito usem luvas pretas de algodão.

Ele era o meu Norte, o meu Sul, o meu Este e Oeste,
A minha semana de trabalho, o meu descanso de domingo,
O meu meio-dia, a minha meia-noite, a minha conversa, a minha canção;
Pensei que o amor ia durar para sempre: “não tinha razão”.

Agora as estrelas não são necessárias: apaguem-nas todas;
Emalem a lua e desmantelem o sol;
Despejem o oceano e varram a floresta;
Pois agora nada mais de bom nos resta.

W. H. Auden

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Música de cinema - 34

Em 1994, a canção "Can you feel the love tonight", de Elton John e Tim Rice, que integrava a danda sonora de O Rei Leão, ganhou o Óscar.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Música de cinema - 33

Em 1999, o Óscar foi para às mãos de Phil Collins que interpretou a canção "You’ll Be in My Heart" no filme Tarzan.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

CARTA ABERTA A ULRICH


"Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e por estranho que pareça, sou grato a esses professores."

Sei que a raiva não é boa conselheira. Paciência. Aí vai...
Havia dantes no coração das cidades e das vilas umas colunas de pedra que tinham o nome de picotas ou pelourinhos. Aí eram expostos os sentenciados que a seguir eram punidos com vergastadas proporcionais à gravidade do seu crime. Essa exposição tinha também por fim o escárnio popular.
Era aí que eu te punha, meu glutão.
Atadinho com umas cordas para que não fugisses. Não te dava vergastadas. Vá lá, uns caldos de vez em quando. Mas exibia-te para que fosses visto pelas pessoas que ficaram sem casa e a entregaram ao teu banco. Terias de suportar o seu olhar, sendo que o chicote dos olhos é bem mais possante que a vergasta.
Terias, pois, de suportar o olhar daqueles a quem prometeste o paraíso a prestações e a quem depois serviste o inferno a pronto pagamento.
Daqueles que hoje vivem na rua...
Daqueles que, para não viverem na rua, vivem hoje aboletados em casa dos pais, dos avós, dos irmãos, assim a eito, atravancados nos móveis que deixaram vazias as casas que o teu banco, com a sofreguidão e a gulodice de todos os bancos, lhes papou sem um pingo de remorso.
Dizes com a maior lata que vivemos acima das nossas possibilidades. Mas não falas dos juros que cobraste. Não dizes, nessas ladainhas que andas sempre a vomitar, que quando não se pagava uma prestação, os juros do incumprimento inchavam de gordos, e era nesse inchaço que começava a desenhar-se a via-sacra do incumprimento definitivo.
Olha, meu estupor, sabes o que acontece às casas que as pessoas te entregam? Sabes, pois…
São vendidas por tuta e meia, o que quer dizer que na maior parte dos casos, o pessoal apesar de te ter dado a casa fica também com a dívida. Não vale a pena falar-te do sofrimento, da vergonha, do vexame que integra a penhora de uma casa, porque tu não tens alma, banqueiro que és.
Tal como não vale a pena referir-te que os teus lucros vêm de crimes sucessivos. Furtos.
Roubos. Gamanços. Comissões de manutenção. Juros moratórios. Juros compensatórios, arredondamentos, spreads, e mais juros de todas as cores. Cartões de crédito, de débito, telefonemas de financeiras a oferecerem empréstimos clausulados em letrinhas microscópicas, cobranças directas feitas por lumpen, vale tudo, meu tratante. Mesmo assim tiveste de ser resgatado para não ires ao fundo, tal foi a desbunda. E, é claro, quem pagou o resgate foram aqueles contra quem falas todo o santo dia.
Este país viveu décadas sucessivas a trabalhar para os bancos. Os portugueses levantavam-se de manhã e ainda de olhos fechados iam bulir, para pagar ao banco a prestação da casa. Vidas inteiras nisto. A grande aliança entre a banca e a construção civil tornavam inevitável, aí sim, verdadeiramente inevitável, a compra de uma casa para morar. Depois os juros aumentavam ou diminuíam conforme era decidido por criaturas que a gente não conhece. A seguir veio a farra…
Os bancos eram só facilidades. Concediam empréstimos a toda a gente.
Um carnaval completo, obsessivo, até davam prendas, pagavam viagens, ofereciam móveis. Sabiam bem o que faziam.
Na possante dramaturgia desta crise entram todos, a banca completa e enlouquecida, sendo que todos são um só. Depois veio a crise. A banca guinchou e ganiu de desamparo. Lançou-se mais uma vez nos braços do estado que a abraçou, mimou e a protegeu da queda.
Vens de uma família que se manteve gloriosamente ricalhaça à custa de alianças com outros da mesma laia. Viveram sempre patrocinados pelo estado, fosse ele ditadura ou democracia. Na ditadura tinham a pide a amparar-vos. Uma pide deferente auxiliava-vos no caminho. Depois veio a democracia. Passado o susto inicial, meu deus, que aflição, o povo na rua, a banca nacionalizada, viraram democratas convictos. E com razão. O estado, aquela coisa que tu dizes que não deve intervir na economia, têm-vos dado a mão todos os dias. Todos os dias, façam vocês o que fizerem.
Por isso falas que nem um bronco, com voz grossa, na ingente necessidade de cortes nos salários e pensões. Quanto é que tu ganhas, pá?
Peroras infindavelmente sobre a desejável liberalização dos despedimentos.
Discursas sem pejo sobre a crise de que a cambada a que pertences é a principal responsável.
Como tu, há muitos que falam. Aliás, já ninguém os ouve. Mas tu tinhas que sobressair. Depois do “ai aguenta, aguenta”, vens agora com aquela dos sem-abrigo. Se os sem-abrigo sobrevivem, o resto do povo sobreviverá igualmente.
Também houve sobreviventes em Auschwitz, meu nazi.
É isso que tu queres? Transformar este país num gigantesco campo de concentração?
Depois, pões a hipótese de também tu poderes vir a ser um sem-abrigo. Dizes isto no dia em que anuncias 249 milhões de lucros para o teu banco. É o que se chama um verdadeiro achincalhamento.
Por tudo isto te punha no pelourinho. Só para seres visto pelos milhares que ficaram sem casa.
Sem vergastadas. Só um caldo de vez em quando. Podes dizer-me que é uma crueldade. Pois é. Por uma vez terás razão. Nada porém que se compare à infinita crueldade da rapina, da usura que tu defendes e exercitas.
És hoje um dos czares da finança. Vives na maior, cercado pelos sebosos Rasputines governamentais. Lembra-te do que aconteceu a uns e ao outro.

Alice Brito

Música de cinema - 32

Em 2000, o Óscar para a melhor canção foi atribuído a "Things have changed" de Bob Dylan, do filme Wonder Boys.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Esta tarde vamos ter scones

Receita de scones retirada da newsletter de janeiro de 2013 dos Amigos de Monserrate. Não difere muito da que se costuma fazer cá em casa, exceto na quantidade de fermento. Segundo me disseram, uma colher de sopa basta para a quantidade de farinha.

Com um chá.


Hoje começa o Ano Novo Chinês: Cobra

Um ano dado à reflexão. 
O ano da Cobra nunca foi um ano tranquilo.

A flor deste signo é a camélia e o violino o seu instrumento musical. 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Um Universo Deslumbrante


Uma exposição no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa, 
de 8 de fevereiro a 5 maio de 2013.

Música de cinema - 31

"Lose yourself" de Eminem ganhou o Óscar em 2002. Integrava o filme 8 Mile.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Música de cinema - 30

Já que os Óscares estão quase aí, vou colocar, hoje e nos próximos dias, canções oscarizadas.
Annie Lennox ganhou, em 2003, o Óscar para a melhor canção com "Into de West" de O Senhor dos Anéis.

Jazz na BNP