terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

"Meu pé de laranja lima" e "Rosinha, minha canoa"

Ao que me lembro, é a história de Zezé, filho de uma operária e de um desempregado. As irmãs mais velhas tomavam conta de Zezé e de seus outros irmãos, enquanto Zezé se ocupava do seu irmão mais novo, Luís. Foi o primeiro livro do brasileiro José Mauro de Vasconcelos que li e gostei. Seguiu-se Rosinha, minha canoa.

– Você vai me dar um nome, não?
– Precisa?
Afastou-se da eguinha e olhou o bichinho nos olhos. Na última réstia de luz que antecede a noite, ele divisou os risquinhos dos olhos dela. Mas não eram os risquinhos que divisava. Podia jurar, pelo mais sagrado, que não era. Estava vendo eram duas Rosinhas deslizando num rio calmo e distante. Teve uma ideia.
– Você gosta do nome de Rosinha?
– Não pode ter nome mais bonito!...
Zé Orocó engoliu em seco e era a última vez que faria isso.
– Então você vai se chamar Rosinha!
E estreitando mais a cabeça da eguinha contra o peito que se renovava, esmagou ali brandamente um mundo de ternuras.
– Você vai ser
ROSINHA, MEU AMOR
(José Mauro de Vasconcelos - Rosinha, Minha Canoa, São Paulo, Ed. Melhoramentos, S. Paulo, 1990, p. 196)

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