quinta-feira, 31 de março de 2016

terça-feira, 29 de março de 2016

Álbum Wallington


A Associação dos Amigos de Monserrate adquiriu um álbum de desenhos ingleses do século XIX, no qual constam, entre outras, duas raras imagens do primeiro Palácio de Monserrate, destruído na segunda metade daquele século para dar lugar ao edifício que se encontra actualmente no centro dos jardins do mesmo nome, em Sintra.
A compra do Álbum Wallington, do nome da sua proprietária e aparente criadora das aguarelas e desenhos que nele constam, foi decidida pela direcção da AAM ao verificar-se que nenhum dos organismos nacionais ou locais com responsabilidades na área do Património o tinham adquirido, correndo-se assim o risco da desaparição de um importante testemunho da Sintra oitocentista, bem como da vida da comunidade inglesa então residente em Portugal.
O Álbum Wallington é composto por 29 aguarelas, 6 desenhos, 1 litografia e um mapa manuscrito, nele constando muitas outras imagens de Sintra, nomeadamente do Castelo da Pena e do seu Parque, do Castelo dos Mouros, etc, bem como da residência da família em Portugal, e ainda da sua propriedade inglesa de Woodloes, perto de Warwick.
O álbum encerra ainda um drama familiar, atendendo a que foi oferecida pela autora, E. Wallington, ao seu filho George, para que este o levasse na sua viagem ao Oriente como recordação 'dos lugares e dias felizes que tinham vivido juntos’, como aquela refere na nota manuscrita de abertura. George, que deixou o álbum com a mãe para o resguardar dos efeitos da longa viagem marítima que ia fazer, viria a morrer num naufrágio no Mar da China.
O primeiro Palácio de Monserrate foi construído pelo rico negociante de Lisboa Gerard Devisme, tendo sido a residência em Sintra de William Beckford, o criador de “Vatek” e um dos mais influentes coleccionadores de arte britânicos de todos os tempos. Os dois desenhos do álbum Wallington não só vêm confirmar que o actual palácio de Monserrate, edificado pela riquíssima família inglesa Cook, posteriormente nobilitada pelo Rei D. Luís, se encontra no exacto local do palácio anterior e segue o seu esquema de implantação e relação com os jardins, como nos dá detalhes mais precisos da decoração exterior do edifício, que se encontrava já abandonado e sem coberturas no início da segunda metade do século XIX.

(Retirado da newsletter da Associação dos Amigos de Monserrate.)

quarta-feira, 23 de março de 2016

sexta-feira, 18 de março de 2016

ESMIUÇAR O BURACO DEIXADO PELA CRISTAS

Para não haver qualquer dúvida sobre a fidelidade das fontes, informa-se que os factos seguintes estão expressos no insuspeito jornal Expresso, de 27 de fevereiro, em local escondido (p. 10, à esquerda, ao fundo).

1. A Cristas deixou um "buraco" de 340 milhões de euros, no Ministério da Agricultura ;

2. A Cristas assume que deixou uma herança que incluía o pagamento futuro de 200 milhões mas que Passos Coelho e Maria Luís Alburquerque sabiam;

3. A Cristas esgotou num ano (de eleições, recordemos) os milhões de verbas da UE para cinco anos e até excedeu as verbas em 296 milhões de euros;

4. Da dotação global de 576 milhões para ajudas "agroalimentares", a gastar entre 2015 e 2019, a Cristas "comprometeu" 872 milhões, logo em 2015!

A saga poderia continuar (20 milhões de euros de seguros por pagar, 24 milhões de obras no Alqueva...) mas basta isto para medirmos a irresponsabilidade de quem distribuiu milhões em ano de votos, enchendo os bolsos dos amiguinhos da CAP e não só.

Afinal, andamos a ser aldrabados por quem esbanjou num dia o que fará falta nos anos seguintes. Esta senhora, refinadamente reacionária, quer agora dar lições de moral e de boa gestão. E foi eleita para chefiar um partido!



terça-feira, 8 de março de 2016

Berta Cáceres


A ambientalista Berta Cáceres, nascida em 4 de março de 1973, foi morta em la Esperanza (Honduras) na véspera de completar 43 anos.

Organizaciones de las sociedades civiles de América y Europa condenamos el asesinato de la lideresa indígena del pueblo Lenca y defensora de los Derechos Humanos, Berta Cáceres 

Las redes y organizaciones firmantes, que apoyamos la defensa de los Derechos Humanos en Honduras, repudiamos el asesinato de la lideresa indígena Lenca, Berta Cáceres, coordinadora del Consejo Cívico de Organizaciones Populares e Indígenas de Honduras –COPINH- , ocurrido la madrugada de hoy en su residencia en La Esperanza, Intibucá, Honduras.
Berta Cáceres vivió defendiendo los derechos territoriales y culturales de los pueblos indígenas, los pueblos garífunas y los campesinos. Era reconocida a nivel nacional e internacional como defensora de los Derechos Humanos, particularmente de los derechos de las mujeres y los pueblos indígenas. Recibió en 2015 el Premio Goldman por su lucha en defensa del territorio, los bienes naturales y la Madre Tierra. Berta, con la visión integral de humanidad que caracteriza las cosmovisiones indígenas, siempre se solidarizó con las causas de otros pueblos.
En los últimos años, Berta fue víctima de acoso, persecución, intimidación, estigmatización y criminalización tanto por actores estatales como no-estatales, debido a su actividad defendiendo los Derechos Humanos en un contexto donde las comunidades indígenas se oponen a explotaciones hidroeléctricas y extractivas impuestas en sus territorios sin su consentimiento libre, previo e informado. Luchaba, particularmente, por la recuperación de las tierras del pueblo Lenca en Río Blanco, Intibucá, frente a la construcción de la represa hidroeléctrica Agua Zarca de la empresa FICOHSA, en tierras lencas, proyecto que cuenta con financiamiento internacional, incluidos fondos de Holanda, Finlandia y Alemania.

Ante este grave crimen que conmociona a la humanidad:
1) Nos solidarizamos con su familia, con el pueblo Lenca e integrantes del COPINH, así como todas las organizaciones sociales en Honduras que hoy están de luto.
2) Condenamos el asesinato de Berta e instamos a las autoridades hondureñas a invertir todos los recursos necesarios para investigar, procesar penalmente, castigar a los responsables y tomar las debidas medidas de reparación, incluyendo la dignificación pública de la memoria de Berta.
3) Llamamos a las instituciones hondureñas a cumplir con su deber de garantizar la protección de todas las personas que defienden los Derechos Humanos en su país y a la debida implementación de la Ley de Protección para las y los Defensores de Derechos Humanos, Periodistas, Comunicadores Sociales y Operadores de Justicia, vigente en Honduras, a fin de que hechos como éste no se vuelvan a repetir.
4) Exhortamos a la comunidad internacional a condenar este asesinato y adoptar todas las medidas necesarias para asegurar que el Estado hondureño cumpla con sus obligaciones de Derechos Humanos. Y les llamamos a adoptar medidas de debida diligencia para asegurar que el apoyo financiero bilateral o multilateral dirigido a Honduras contribuya al pleno respeto de los Derechos Humanos y jamás contribuya a la comisión de violaciones.
“En nuestras cosmovisiones somos seres surgidos de la tierra y el agua y el maíz, de los ríos somos custodios ancestrales el pueblo Lenca, resguardados además por los espíritus de las niñas, que nos enseñan que dar la vida de múltiples formas por la defensa de los ríos, es dar la vida para el bien de la humanidad y este planeta”. (Berta Cáceres - Discurso entrega del premio Goldman / 2015)