William Blake - Newton, 1797-1805
«Sou uma figura de romance por escrever, passando aérea, e desfeita sem ter sido, entre os sonhos de quem me não soube completar.» Bernardo Soares
terça-feira, 31 de março de 2020
sábado, 28 de março de 2020
domingo, 22 de março de 2020
Paisagem de Colares
João Vaz - Paisagem de Colares
Viseu, Museu Nacional Grão Vasco
"De acordo com as convenções do sistema naturalista, João Vaz isola um pedaço de paisagem para a propor como alegoria da própria natureza que é bela sem finalidade, com silenciosa tranquilidade. A composição define, com eficácia, três planos: o primeiro, um chão seco onde a luz se concentra, preparando, por contraste, a erupção verticalizante dos corpos esguios dos pinheiros, definidores de um fluido plano intermédio, que se articula com o registo da distância, resolvido entre a mancha do vale com casario e a moldura da serra, pontuada por um vulto monumental, certamente o Palácio da Pena, em Sintra. O céu e as copas das árvores ocupam um terço do suporte, num efeito perspético de hábil sobreposição dos motivos, unificados por uma pincelada manchista que arrasta as cores em tonalidades tímbricas, dominadas pelos verdes azulados que, em pontos de fixação do olhar, abrem espaço a brancos e vermelhos matizados.
Uma estética fotográfica subjaz ao trabalho do pintor que dá a ver a paisagem como se fosse um dispositivo óptico, registando um momento luminoso com uma aura intencional de permanência. É este jogo subtil entre o aparente instantâneo e a construção da eternidade – o tempo longo da natureza - que é o cerne da pintura naturalista: ao contrário da paisagem romântica, é como se o pintor não estivesse lá, oferecendo-nos o seu olhar como o nosso olhar, concentrando nessa perceção espelhada a impressão da beleza.
Como pintor, João Vaz foi, sobretudo, um marinhista, afeivamente fiel às suas memórias de menino da beira-rio, nascido em Setúbal."
Raquel Henriques da Silva
terça-feira, 17 de março de 2020
domingo, 15 de março de 2020
Leituras - 116
A Minotauro reeditou As mãos sujas, a mais célebre peça de teatro de Jean-Paul Sartre. O enredo nasce da oposição política entre um realista e um idealista. Um chefe revolucionário colabora com os seus adversários, enquanto uma fação do seu próprio partido considera essa tática inoportuna e encarrega um jovem idealista de o assassinar.
Este livro espelha as ideias de Sartre sobre a questão da liberdade.
quinta-feira, 12 de março de 2020
domingo, 8 de março de 2020
A não perder...
quinta-feira, 5 de março de 2020
Astérix contra Coronavírus
Em 2017, os autores de Astérix e Obélix previram uma corrida de cavalos contra um personagem chamado Coronavírus. E os gauleses saíram vencedores na história aos quadradinhos.
terça-feira, 3 de março de 2020
domingo, 1 de março de 2020
Roteiro da vida
Enfim, levantou ferro.
Com os lenços adeus, vai partir o navio.
Longe das pedras más do meu desterro,
Ondas do azul oceano, submergi-o.
Que eu, desde a partida,
Não sei onde vou,
Roteiro da vida,
Quem é que o traçou?
Nalguma rocha ignota
Se vai despedaçar, com violento fragor...
Mareante, deixa as cartas da derrota.
Maquinista, dá mais força no vapor.
Camilo Pessanha
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