Aqui declaro que não tem fronteiras.
Filho da sua pátria e do seu povo,
A mensagem que traz é grito novo,
Um metro de medir coisas inteiras.
Redonda e quente como um grande abraço
De pólo a pólo, a sua humanidade.
Tendo raízes e localidade,
É um sonho aberto que fugiu do laço.
Vento da primavera que semeia
Nas montanhas, nos campos e na areia
A mesma lúdica semente,
Se parasse de medo no caminho,
Também parava a vela do moinho
Que mói depois o pão de toda a gente.
Miguel Torga
(Nihil Sibi, Coimbra, 1948, p. 25)
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