Faz hoje 37 anos.
«Sou uma figura de romance por escrever, passando aérea, e desfeita sem ter sido, entre os sonhos de quem me não soube completar.» Bernardo Soares
domingo, 30 de setembro de 2012
sábado, 29 de setembro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Não sei se chore, se ria...
O
Governo
já criou um novo cartão, não sei se conhecem, aí vai ….
Diz que dá acesso a vários serviços de luxo…
· Dormida em albergues;
· Pagamento das taxas de
saúde em suaves prestações mensais;
· Roupa e alimentação no
banco alimentar;
· Isenção de impostos que
não existam;
· Momentos de convívio e
lazer nos jardins públicos;
· Entre outros…
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
terça-feira, 25 de setembro de 2012
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
Pequeno-almoço inusitado
Alguém sonhou esta noite com churros e quando acordámos tínhamos churros à nossa espera. Com um chocolate de fazer inveja a quase todos os cafés e pastelarias.
BOM DIA!
sábado, 22 de setembro de 2012
Já foi tempo...
Já foi tempo em que Nuno Crato defendia a escola pública. Agora? Está a vista de todos. Não somos burros.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
terça-feira, 18 de setembro de 2012
É preciso acreditar
O fado de Coimbra está de luto. Luís Goes, que hoje faleceu em Mafra, onde residia, era considerado a melhor voz e o melhor intérprete dos últimos 50 ou 60 anos.O velório de Luiz Goes realiza-se hoje, na igreja de Santo António, no Estoril. O fadista será sepultado amanhã em Coimbra, como era sua vontade.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/morreu-luis-goes=f754097#ixzz26qHBvMxf
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Janelas de Sintra
Aguarelas de Catarina Figueiredo, 2009
Palácio Nacional de Sintra
Casa dos Azulejos
Avenida Heliodoro Salgado
Correnteza
Casa dos Penedos
Calçada de Santa Maria
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
domingo, 16 de setembro de 2012
Grandiosa!
Que sirva para abrir os olhos a estes autistas que estão a levar Portugal para a cova.
Fomos com amigos, alguns dos quais nunca tinham ido a manifestações.
sábado, 15 de setembro de 2012
Setembro II
Du Yuxi - Golden september, 1989
Mais uma escolha d'A Sintrense, de um pintor chinês já nosso conhecido.
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Chefe de missão do FMI: "Simplesmente reduzir os salários não vai resultar"
Entrevista de Abebe Selassie no Público de hoje.
O chefe de missão do FMI diz em entrevista ao PÚBLICO que as mudanças na Taxa Social Única não foram uma exigência datroika e avisa que não há "balas mágicas".
Para o chefe de missão do FMI na troika, o etíope Abebe Selassie, a desvalorização fiscal conseguida com a descida da Taxa Social Única paga pelas empresas e o aumento da contribuição dos trabalhadores é uma forma "criativa" de resolver o problema do défice e da competitividade. Mas, se o programa for apenas austeridade, a economia não vai sobreviver, avisa. E foi precisamente pelo receio de uma "pressão excessiva" sobre a economia que atroika flexibilizou as metas do défice.
A quinta avaliação da troika terminou com o anúncio de mais austeridade. Foi uma contrapartida da flexibilização das metas do défice?
Não, de forma alguma. Houve várias medidas orçamentais discutidas no âmbito do Orçamento do Estado de 2013. A Taxa Social Única foi uma delas. Mas, não, não foi nenhuma condição para mais nada. Foi uma ideia posta sobre a mesa. Achamos que é razoável e apoiamo-la.
Há um ano, o Governo não quis avançar com a desvalorização fiscal. Agora, decidiu tomá-la. Isto é um sinal de que as outras medidas estruturais não estão a funcionar?
Não, de forma alguma. Em grande parte, esta iniciativa surgiu devido à necessidade de a economia portuguesa melhorar a sua competitividade. A ideia original era ter uma desvalorização fiscal reduzindo a Taxa Social Única e aumentando o IVA. Mas o Governo precisava das receitas do IVA para cobrir o buraco orçamental. Foi por isso que decidiu não avançar. Na sequência da decisão do Tribunal Constitucional sobre os cortes dos subsídios, surgiu a ideia de retomar o corte da Taxa Social Única. Não tem nada que ver com a forma como vemos outros aspectos do programa a evoluir. A esse nível, estamos satisfeitos. Tem havido um sinal muito positivo das reformas do mercado do produto, foram feitas reformas do mercado laboral. Demora um pouco de tempo até terem efeitos. Mas é como temos sempre dito: o programa está a ser implementado.
Então, para restaurar a competitividade da economia portuguesa, se o Governo não fizesse esta redução dos salários, estaria tudo bem para a troika. Ou seja, Portugal seria na mesma capaz de restaurar a sua competitividade...
É muito difícil saber. A questão fundamental para nós é como responder aos desafios que Portugal enfrenta: competitividade externa e, ao mesmo tempo, o buraco orçamental. Esta ideia é uma maneira razoável de tentar responder aos dois. Dados os constrangimentos de políticas existentes, é preciso procurar formas criativas para tentar resolver o desafio dual que Portugal enfrenta. Esta é uma das ideias com que o Governo apareceu. Nos últimos dias, reparei no debate que está a decorrer. Não há nenhuma bala mágica, não há uma única medida que não tivesse causado também debate e discussão. Se o IRS ou o IRC tivessem sido aumentados, as pessoas teriam dito: mas porquê o IRS, porquê o IRC? Se fosse o IVA também se queixariam. Qual seria a alternativa? E não vejo isso no debate. Qualquer medida que fosse tomada teria também gerado um debate grande.
Teremos um corte permanente nos salários do sector privado e do público. Não teme que esta medida tenha um impacto maior na economia?
A concepção original da desvalorização fiscal também tinha subjacente um aumento do IVA. Alguém teria de pagar por isso também. Há trade-offs. E um aspecto importante desse trade-off é que esta medida tem de ser calibrada, para que o impacto sobre os pobres seja tido em conta.
No comunicado sobre a quinta avaliação da troika, dizem que é preciso evitar pressão excessiva sobre a economia. Mas, no curto prazo, o efeito na economia desta medida não será negativo?
Terá vários efeitos. Terá impacto sobre o rendimento disponível, mas, por outro lado, deverá melhorar a situação das empresas que estão em dificuldades e deverá aumentar a procura por emprego. Esperamos que tenha um efeito positivo nas margens das empresas, o que lhes permitirá fazer mais investimento e contratar mais. Não quero minimizar o efeito que esta medida terá nos rendimentos disponíveis. Mas imagino que esta seja uma das medidas mais difíceis que o Governo já tomou até aqui. E insisto: nesta conjuntura, qualquer outra medida que tivesse sido tomada teria gerado o mesmo debate.
Esta medida irá proporcionar a redução dos salários que a troika sempre defendeu que era necessária na economia...
Falo por mim, pelo menos: sempre disse que era muito importante ter uma melhoria da produtividade e uma contenção salarial. Mas se houver apenas austeridade, a economia não vai sobreviver. É imperativo que tenhamos também reformas que melhorem a produtividade. Boa parte do esforço do programa é nesse sentido. Resolver o problema da competitividade simplesmente reduzindo os salários não vai resultar.
A justificação do Governo para avançar com a desvalorização fiscal é que irá criar emprego. Mas a maioria das empresas em Portugal vendem para o mercado doméstico, que irá sofrer com a contracção da procura interna. Como se pode esperar um efeito positivo no emprego?
O que o Governo está a fazer é reduzir o custo do trabalho para os empregadores, isso deverá suportar mais emprego.
Mas não se tivermos também uma redução da procura...
Mas isso aplica-se a todo o tipo de medidas orçamentais. Se o Governo aumentar os impostos ou reduzir despesas, podemos dizer o mesmo: que reduz a procura interna. Imaginemos que esta desvalorização fiscal não era feita à custa do aumento das contribuições dos empregados, mas à custa do aumento do IRS. Também teria o mesmo efeito.
Para que serve então?
A questão é que queremos reduzir os desequilíbrios públicos, por isso tomam-se medidas orçamentais, e queremos que as finanças públicas sejam sustentáveis, de modo a que o país regresse aos mercados e a economia recupere. Se o Governo deixar de ser um peso na economia, irá permitir mais poupanças para o sector privado e mais investimento.
Mas a medida tomada é mais ou menos neutra em termos orçamentais. Por isso se questiona: irá mesmo ter impacto no emprego?
A nossa convicção é a de que sim. É que irá suportar a procura de emprego.
Esta medida foi posta em prática em algum outro país?
Várias formas de desvalorização fiscal foram postas em prática em outros países. Tipicamente, o modo como é feita é aumentando o IVA.
Mas na forma como foi feita, com aumento das contribuições dos trabalhadores, não têm nenhuma experiência?
Algo que já foi feito foi comparar a TSU praticada em Portugal com a de outros países. Os níveis estão adequados agora. A contribuição total não é excessiva quando comparada com os outros países.
Não estará a economia portuguesa a ser sujeita a uma experiência económica?
Não diria isso. Isto não está fora do mainstream. A dimensão do desafio aqui é formidável. É preciso coragem, nomeadamente por causa da dimensão da consolidação que precisa de ser feita para estabilizar a dívida pública. Mas o que foi decidido é no domínio de políticas económicas muito razoáveis.
Várias pessoas temem que, no curto prazo, o que tem importância são os cortes que têm sido feitos: os já feitos e os novos. Irá acontecer o mesmo que este ano, em que houve derrapagem no défice por causa da recessão?
Não se faz um ajustamento orçamental por que se quer. A razão pela qual é preciso é por causa dos desequilíbrios perigosos que a economia portuguesa acumulou desde 2001 e que fizeram com que os mercados deixassem de emprestar a Portugal. A questão é: estão estes desequilíbrios a ser resolvidos? Sim. O défice externo baixou de 10% para 3% ou menos este ano. E não foi uma correcção decorrente da compressão das importações. Aconteceu porque o crescimento das exportações foi muito bom. Preocupar-me-ia muito mais com um cenário em que o défice externo estivesse a cair apenas porque a procura por importações está a colapsar porque a procura interna é fraca. Aqui a performance das exportações tem sido forte, apesar dos ventos contrários fortes da Europa. E como as exportações líquidas são menos taxadas do que a procura interna, vemos uma queda nas receitas fiscais acima do esperado. Mas mesmo aí, em termos ajustados, vemos um grande ajustamento orçamental.
Na Grécia, a partir de certa altura, com o acumular de medidas, a população deixou de aceitar a austeridade, e as eleições mostraram isso. Em Portugal, a reacção a esta última medida foi muito forte...
Mesmo em tempos económicos bons, é difícil implementar um ajustamento orçamental, ainda mais numa situação em que um em cada três jovens estão desempregados. O ajustamento é sempre difícil, ainda para mais numa situação como a actual. O debate sobre onde deve incidir o fardo do ajustamento é compreensível. Desejava que houvesse uma solução, mas o ajustamento tem de acontecer num período de tempo razoável. Ainda assim, houve uma revisão das metas do défice. O que tentámos foi dar mais tempo ao ajustamento orçamental, de modo a evitar tensões excessivas na economia. As revisões que fazemos são precisamente para esse propósito. Nós apoiamos o anúncio feito pelo ministro de Finanças de que o sacrifício do ajustamento seja compartilhado por toda a sociedade de maneira equilibrada.
Mas não teme que o consenso social esteja em risco?
Tentamos sempre garantir que ouvimos os actores económicos e representantes da sociedade civil. E uma mensagem importante que retirámos daí foi a necessidade de mais tempo para o ajustamento ser realizado. Isso foi algo que foi feito. Outro ponto importante que retive é que há um entendimento e um consenso em torno do ajustamento. Ninguém nega isso. Há algum debate sobre o método e a abordagem.
Mas os parceiros sociais e os partidos da oposição também deixaram outra mensagem clara: não a mais austeridade…
Não se faz ajustamento porque se quer. É porque há uma necessidade, há uma dívida muito alta, que precisa de ser estabilizada, para que Portugal possa regressar aos mercados no próximo ano. Claro que há um debate sobre onde é que o fardo do ajustamento deveria recair, mas não acho que as pessoas estejam contra os objectivos globais do programa.
Como reage à possibilidade de o PS votar contra o Orçamento de Estado?
O que posso dizer? A base alargada de consenso social e político é importante. Mas é uma questão de política doméstica interna.
Mas que pode ter um grande impacto no programa... Há um padrão nas intervenções do FMI em vários países e que se viu na Grécia: o programa foi implementado, as pessoas começaram a ir para as ruas, os votos começaram a ir para os partidos anti-troika. Não vê isso a acontecer em Portugal?
Vemos o programa a correr bem até ao momento. Portugal ganhou credibilidade crescente pela forma como o programa foi implementado. As taxas de juro da dívida caíram de forma acentuada, a perspectiva de regresso aos mercados aumentou. A maturidade das emissões dos bilhetes de Tesouro tem vindo a ser aumentada. Há várias forças positivas no que está a acontecer na economia e isso irá permitir que Portugal siga um caminho diferente.
Para 2013, a flexibilização da meta do défice foi grande. Têm medo que 2013 seja um ano difícil com todos os cortes?
Se olharmos para a forma como o ajustamento evoluiu, foi enfrentando fortes ventos contrários da Europa. As condições em que Portugal fez o ajustamento foram extremamente negativas. E estes ventos contrários devem continuar em 2013 e ser um entrave ao crescimento. Mas ainda vemos o PIB a recuperar em meados do próximo ano.
A questão é: o que pode a política orçamental fazer neste contexto?
Como disse antes, o Governo tem de conseguir o equilíbrio entre levar a cabo o ajustamento orçamental que este país precisa e evitar que exerça uma pressão excessiva na economia. Foi isso que tivemos em conta para dar mais um ano para atingir os 4,5%.
O FMI está satisfeito com as medidas tomadas do lado da despesa? Ou continuam a faltar cortes permanentes na despesa?
As pessoas que não querem pagar mais impostos estão provavelmente a dizer isso. E as pessoas que beneficiam dos gastos públicos estão a dizer que não querem que o seu salário seja cortado e querem medidas do lado da receita. Temos uma visão geral de que o ajustamento deve incidir mais sobre o lado da despesa do que da receita.
Mas os cortes da despesa têm sido essencialmente cortes nos salários…
Há várias medidas a serem tomadas. Se olharmos para o envelope de despesa do Estado, uma boa parte é relacionada com a protecção social. Aproximadamente 40 porcento do orçamento do Governo é para isso. Outros 20 porcento são salários e o resto são custos de funcionamento e despesas de capital. Onde vamos cortar?
Considera que a estratégia de regresso aos mercados do Governo é credível?
Discutimos o plano do Governo e é credível. Acho que há a percepção de que o regresso ao mercado é uma coisa binária, mas é na realidade um processo gradual. Vários passos já foram dados, como a emissão de Bilhetes do Tesouro a 18 meses, e é algo que tem de continuar. Mas o indicador-chave que nos dá confiança são as taxas de juro, que estão ao nível mais baixo desde o início do programa. Claro que há risco de que este ambiente positivo do mercado não continue e haja novas tensões na zona euro. E, nesse sentido, a garantia dos líderes europeus de que irão continuar a ajudar Portugal, desde que o programa seja implementado, é uma rede de segurança importante. Caso isso aconteça, Portugal é um dos casos importantes em que a solidariedade europeia será posta à prova.
Mas continuam a acreditar no plano A, ou seja, o regresso de Portugal ao mercado em 2013?
Sim, absolutamente.
Um dos argumentos usados para não flexibilizar as metas do défice era que isso poderia levar os investidores a acreditar que Portugal não estava a cumprir o programa…
Penso que Portugal recuperou muita credibilidade agora. As taxas de juro caíram significativamente. Isso é um sinal da credibilidade que este programa tem.
Mas a questão é que, afinal, as taxas de juro não sobem por causa da flexibilização. Isto não é um sinal de que o alívio das metas poderia ter ocorrido antes? De que os mercados estão preocupados mais com o crescimento e menos com as metas do défice?
Em Janeiro e Fevereiro, quando as taxas de juro da dívida estavam muito altas, ninguém veio com o argumento de que os mercados estavam preocupados com o crescimento em Portugal, estavam preocupados com a sustentabilidade da dívida. Para nós, o importante é manter o foco na resolução dos desequilíbrios que trouxeram Portugal à situação actual e resolver estes desequilíbrios de forma duradoura e sustentável é o que vai trazer-vos credibilidade.
A troika sente-se mais confortável com a ideia de que o Banco Central Europeu (BCE) poderá usar o seu novo programa de compra de dívida em Portugal, ajudando o país a regressar aos mercados?
Tem impacto. Como Portugal deverá voltar aos mercados em 2013, o apoio do BCE será muito importante. Espero que o BCE esteja lá, quando chegar a altura.
O chefe de missão do FMI diz em entrevista ao PÚBLICO que as mudanças na Taxa Social Única não foram uma exigência datroika e avisa que não há "balas mágicas".
Para o chefe de missão do FMI na troika, o etíope Abebe Selassie, a desvalorização fiscal conseguida com a descida da Taxa Social Única paga pelas empresas e o aumento da contribuição dos trabalhadores é uma forma "criativa" de resolver o problema do défice e da competitividade. Mas, se o programa for apenas austeridade, a economia não vai sobreviver, avisa. E foi precisamente pelo receio de uma "pressão excessiva" sobre a economia que atroika flexibilizou as metas do défice.
A quinta avaliação da troika terminou com o anúncio de mais austeridade. Foi uma contrapartida da flexibilização das metas do défice?
Não, de forma alguma. Houve várias medidas orçamentais discutidas no âmbito do Orçamento do Estado de 2013. A Taxa Social Única foi uma delas. Mas, não, não foi nenhuma condição para mais nada. Foi uma ideia posta sobre a mesa. Achamos que é razoável e apoiamo-la.
Há um ano, o Governo não quis avançar com a desvalorização fiscal. Agora, decidiu tomá-la. Isto é um sinal de que as outras medidas estruturais não estão a funcionar?
Não, de forma alguma. Em grande parte, esta iniciativa surgiu devido à necessidade de a economia portuguesa melhorar a sua competitividade. A ideia original era ter uma desvalorização fiscal reduzindo a Taxa Social Única e aumentando o IVA. Mas o Governo precisava das receitas do IVA para cobrir o buraco orçamental. Foi por isso que decidiu não avançar. Na sequência da decisão do Tribunal Constitucional sobre os cortes dos subsídios, surgiu a ideia de retomar o corte da Taxa Social Única. Não tem nada que ver com a forma como vemos outros aspectos do programa a evoluir. A esse nível, estamos satisfeitos. Tem havido um sinal muito positivo das reformas do mercado do produto, foram feitas reformas do mercado laboral. Demora um pouco de tempo até terem efeitos. Mas é como temos sempre dito: o programa está a ser implementado.
Então, para restaurar a competitividade da economia portuguesa, se o Governo não fizesse esta redução dos salários, estaria tudo bem para a troika. Ou seja, Portugal seria na mesma capaz de restaurar a sua competitividade...
É muito difícil saber. A questão fundamental para nós é como responder aos desafios que Portugal enfrenta: competitividade externa e, ao mesmo tempo, o buraco orçamental. Esta ideia é uma maneira razoável de tentar responder aos dois. Dados os constrangimentos de políticas existentes, é preciso procurar formas criativas para tentar resolver o desafio dual que Portugal enfrenta. Esta é uma das ideias com que o Governo apareceu. Nos últimos dias, reparei no debate que está a decorrer. Não há nenhuma bala mágica, não há uma única medida que não tivesse causado também debate e discussão. Se o IRS ou o IRC tivessem sido aumentados, as pessoas teriam dito: mas porquê o IRS, porquê o IRC? Se fosse o IVA também se queixariam. Qual seria a alternativa? E não vejo isso no debate. Qualquer medida que fosse tomada teria também gerado um debate grande.
Teremos um corte permanente nos salários do sector privado e do público. Não teme que esta medida tenha um impacto maior na economia?
A concepção original da desvalorização fiscal também tinha subjacente um aumento do IVA. Alguém teria de pagar por isso também. Há trade-offs. E um aspecto importante desse trade-off é que esta medida tem de ser calibrada, para que o impacto sobre os pobres seja tido em conta.
No comunicado sobre a quinta avaliação da troika, dizem que é preciso evitar pressão excessiva sobre a economia. Mas, no curto prazo, o efeito na economia desta medida não será negativo?
Terá vários efeitos. Terá impacto sobre o rendimento disponível, mas, por outro lado, deverá melhorar a situação das empresas que estão em dificuldades e deverá aumentar a procura por emprego. Esperamos que tenha um efeito positivo nas margens das empresas, o que lhes permitirá fazer mais investimento e contratar mais. Não quero minimizar o efeito que esta medida terá nos rendimentos disponíveis. Mas imagino que esta seja uma das medidas mais difíceis que o Governo já tomou até aqui. E insisto: nesta conjuntura, qualquer outra medida que tivesse sido tomada teria gerado o mesmo debate.
Esta medida irá proporcionar a redução dos salários que a troika sempre defendeu que era necessária na economia...
Falo por mim, pelo menos: sempre disse que era muito importante ter uma melhoria da produtividade e uma contenção salarial. Mas se houver apenas austeridade, a economia não vai sobreviver. É imperativo que tenhamos também reformas que melhorem a produtividade. Boa parte do esforço do programa é nesse sentido. Resolver o problema da competitividade simplesmente reduzindo os salários não vai resultar.
A justificação do Governo para avançar com a desvalorização fiscal é que irá criar emprego. Mas a maioria das empresas em Portugal vendem para o mercado doméstico, que irá sofrer com a contracção da procura interna. Como se pode esperar um efeito positivo no emprego?
O que o Governo está a fazer é reduzir o custo do trabalho para os empregadores, isso deverá suportar mais emprego.
Mas não se tivermos também uma redução da procura...
Mas isso aplica-se a todo o tipo de medidas orçamentais. Se o Governo aumentar os impostos ou reduzir despesas, podemos dizer o mesmo: que reduz a procura interna. Imaginemos que esta desvalorização fiscal não era feita à custa do aumento das contribuições dos empregados, mas à custa do aumento do IRS. Também teria o mesmo efeito.
Para que serve então?
A questão é que queremos reduzir os desequilíbrios públicos, por isso tomam-se medidas orçamentais, e queremos que as finanças públicas sejam sustentáveis, de modo a que o país regresse aos mercados e a economia recupere. Se o Governo deixar de ser um peso na economia, irá permitir mais poupanças para o sector privado e mais investimento.
Mas a medida tomada é mais ou menos neutra em termos orçamentais. Por isso se questiona: irá mesmo ter impacto no emprego?
A nossa convicção é a de que sim. É que irá suportar a procura de emprego.
Esta medida foi posta em prática em algum outro país?
Várias formas de desvalorização fiscal foram postas em prática em outros países. Tipicamente, o modo como é feita é aumentando o IVA.
Mas na forma como foi feita, com aumento das contribuições dos trabalhadores, não têm nenhuma experiência?
Algo que já foi feito foi comparar a TSU praticada em Portugal com a de outros países. Os níveis estão adequados agora. A contribuição total não é excessiva quando comparada com os outros países.
Não estará a economia portuguesa a ser sujeita a uma experiência económica?
Não diria isso. Isto não está fora do mainstream. A dimensão do desafio aqui é formidável. É preciso coragem, nomeadamente por causa da dimensão da consolidação que precisa de ser feita para estabilizar a dívida pública. Mas o que foi decidido é no domínio de políticas económicas muito razoáveis.
Várias pessoas temem que, no curto prazo, o que tem importância são os cortes que têm sido feitos: os já feitos e os novos. Irá acontecer o mesmo que este ano, em que houve derrapagem no défice por causa da recessão?
Não se faz um ajustamento orçamental por que se quer. A razão pela qual é preciso é por causa dos desequilíbrios perigosos que a economia portuguesa acumulou desde 2001 e que fizeram com que os mercados deixassem de emprestar a Portugal. A questão é: estão estes desequilíbrios a ser resolvidos? Sim. O défice externo baixou de 10% para 3% ou menos este ano. E não foi uma correcção decorrente da compressão das importações. Aconteceu porque o crescimento das exportações foi muito bom. Preocupar-me-ia muito mais com um cenário em que o défice externo estivesse a cair apenas porque a procura por importações está a colapsar porque a procura interna é fraca. Aqui a performance das exportações tem sido forte, apesar dos ventos contrários fortes da Europa. E como as exportações líquidas são menos taxadas do que a procura interna, vemos uma queda nas receitas fiscais acima do esperado. Mas mesmo aí, em termos ajustados, vemos um grande ajustamento orçamental.
Na Grécia, a partir de certa altura, com o acumular de medidas, a população deixou de aceitar a austeridade, e as eleições mostraram isso. Em Portugal, a reacção a esta última medida foi muito forte...
Mesmo em tempos económicos bons, é difícil implementar um ajustamento orçamental, ainda mais numa situação em que um em cada três jovens estão desempregados. O ajustamento é sempre difícil, ainda para mais numa situação como a actual. O debate sobre onde deve incidir o fardo do ajustamento é compreensível. Desejava que houvesse uma solução, mas o ajustamento tem de acontecer num período de tempo razoável. Ainda assim, houve uma revisão das metas do défice. O que tentámos foi dar mais tempo ao ajustamento orçamental, de modo a evitar tensões excessivas na economia. As revisões que fazemos são precisamente para esse propósito. Nós apoiamos o anúncio feito pelo ministro de Finanças de que o sacrifício do ajustamento seja compartilhado por toda a sociedade de maneira equilibrada.
Mas não teme que o consenso social esteja em risco?
Tentamos sempre garantir que ouvimos os actores económicos e representantes da sociedade civil. E uma mensagem importante que retirámos daí foi a necessidade de mais tempo para o ajustamento ser realizado. Isso foi algo que foi feito. Outro ponto importante que retive é que há um entendimento e um consenso em torno do ajustamento. Ninguém nega isso. Há algum debate sobre o método e a abordagem.
Mas os parceiros sociais e os partidos da oposição também deixaram outra mensagem clara: não a mais austeridade…
Não se faz ajustamento porque se quer. É porque há uma necessidade, há uma dívida muito alta, que precisa de ser estabilizada, para que Portugal possa regressar aos mercados no próximo ano. Claro que há um debate sobre onde é que o fardo do ajustamento deveria recair, mas não acho que as pessoas estejam contra os objectivos globais do programa.
Como reage à possibilidade de o PS votar contra o Orçamento de Estado?
O que posso dizer? A base alargada de consenso social e político é importante. Mas é uma questão de política doméstica interna.
Mas que pode ter um grande impacto no programa... Há um padrão nas intervenções do FMI em vários países e que se viu na Grécia: o programa foi implementado, as pessoas começaram a ir para as ruas, os votos começaram a ir para os partidos anti-troika. Não vê isso a acontecer em Portugal?
Vemos o programa a correr bem até ao momento. Portugal ganhou credibilidade crescente pela forma como o programa foi implementado. As taxas de juro da dívida caíram de forma acentuada, a perspectiva de regresso aos mercados aumentou. A maturidade das emissões dos bilhetes de Tesouro tem vindo a ser aumentada. Há várias forças positivas no que está a acontecer na economia e isso irá permitir que Portugal siga um caminho diferente.
Para 2013, a flexibilização da meta do défice foi grande. Têm medo que 2013 seja um ano difícil com todos os cortes?
Se olharmos para a forma como o ajustamento evoluiu, foi enfrentando fortes ventos contrários da Europa. As condições em que Portugal fez o ajustamento foram extremamente negativas. E estes ventos contrários devem continuar em 2013 e ser um entrave ao crescimento. Mas ainda vemos o PIB a recuperar em meados do próximo ano.
A questão é: o que pode a política orçamental fazer neste contexto?
Como disse antes, o Governo tem de conseguir o equilíbrio entre levar a cabo o ajustamento orçamental que este país precisa e evitar que exerça uma pressão excessiva na economia. Foi isso que tivemos em conta para dar mais um ano para atingir os 4,5%.
O FMI está satisfeito com as medidas tomadas do lado da despesa? Ou continuam a faltar cortes permanentes na despesa?
As pessoas que não querem pagar mais impostos estão provavelmente a dizer isso. E as pessoas que beneficiam dos gastos públicos estão a dizer que não querem que o seu salário seja cortado e querem medidas do lado da receita. Temos uma visão geral de que o ajustamento deve incidir mais sobre o lado da despesa do que da receita.
Mas os cortes da despesa têm sido essencialmente cortes nos salários…
Há várias medidas a serem tomadas. Se olharmos para o envelope de despesa do Estado, uma boa parte é relacionada com a protecção social. Aproximadamente 40 porcento do orçamento do Governo é para isso. Outros 20 porcento são salários e o resto são custos de funcionamento e despesas de capital. Onde vamos cortar?
Considera que a estratégia de regresso aos mercados do Governo é credível?
Discutimos o plano do Governo e é credível. Acho que há a percepção de que o regresso ao mercado é uma coisa binária, mas é na realidade um processo gradual. Vários passos já foram dados, como a emissão de Bilhetes do Tesouro a 18 meses, e é algo que tem de continuar. Mas o indicador-chave que nos dá confiança são as taxas de juro, que estão ao nível mais baixo desde o início do programa. Claro que há risco de que este ambiente positivo do mercado não continue e haja novas tensões na zona euro. E, nesse sentido, a garantia dos líderes europeus de que irão continuar a ajudar Portugal, desde que o programa seja implementado, é uma rede de segurança importante. Caso isso aconteça, Portugal é um dos casos importantes em que a solidariedade europeia será posta à prova.
Mas continuam a acreditar no plano A, ou seja, o regresso de Portugal ao mercado em 2013?
Sim, absolutamente.
Um dos argumentos usados para não flexibilizar as metas do défice era que isso poderia levar os investidores a acreditar que Portugal não estava a cumprir o programa…
Penso que Portugal recuperou muita credibilidade agora. As taxas de juro caíram significativamente. Isso é um sinal da credibilidade que este programa tem.
Mas a questão é que, afinal, as taxas de juro não sobem por causa da flexibilização. Isto não é um sinal de que o alívio das metas poderia ter ocorrido antes? De que os mercados estão preocupados mais com o crescimento e menos com as metas do défice?
Em Janeiro e Fevereiro, quando as taxas de juro da dívida estavam muito altas, ninguém veio com o argumento de que os mercados estavam preocupados com o crescimento em Portugal, estavam preocupados com a sustentabilidade da dívida. Para nós, o importante é manter o foco na resolução dos desequilíbrios que trouxeram Portugal à situação actual e resolver estes desequilíbrios de forma duradoura e sustentável é o que vai trazer-vos credibilidade.
A troika sente-se mais confortável com a ideia de que o Banco Central Europeu (BCE) poderá usar o seu novo programa de compra de dívida em Portugal, ajudando o país a regressar aos mercados?
Tem impacto. Como Portugal deverá voltar aos mercados em 2013, o apoio do BCE será muito importante. Espero que o BCE esteja lá, quando chegar a altura.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Manifesta-te no sábado!
15 de
Setembro, às 17:00, em Lisboa,
na Praça José Fontana, perto de Liceu Camões; Metro: Picoas
Não que nos devamos estar a lixar para a Troika, sim para estes fulanos que nos desgovernam.
Não que nos devamos estar a lixar para a Troika, sim para estes fulanos que nos desgovernam.
O assassino inglês
Primeiro livro que li de Daniel Silva, escritor norte-americano, de ascendência portuguesa.
Gabriel Allon chega a Zurique para restaurar uma obra, a pedido de um milionário, que é assassinado. O restaurador, antigo espião, é acusado de homicídio...
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Cabo da Roca
Dom Carlos - Cabo da Roca
Porque hoje vamos ao extremo ocidental da Europa e o Cabo da Roca vai ser a vinheta no que resta de Setembro.
domingo, 9 de setembro de 2012
Três medalhas para Portugal nos Paralímpicos de Londres
José Carlos Macedo ganhou ontem mais uma medalha (de bronze) em boccia 3. Portugal ficou assim com uma de prata e duas de bronze neste Jogos Paralímpicos de Londres.
Parabéns!
Palácio Nacional de Sintra visto por Casanova
Do site de que já aqui falei do PNS retirei umas aguarelas de Enrique Casanova:
Sala dos Cisnes, c. 1889
Vista parcial do canto da Sala dos Cisnes (lado poente), com a lareira e a porta de acesso ao Pátio Central e Sala das Pegas.
Esta aguarela faz parte de um álbum que contém uma colecção de interiores dos Paços Reais da Ajuda, Sintra e da Cidadela de Cascais, encomendado pela Rainha D. Maria Pia para ser oferecido ao Rei D. Luís no dia do seu aniversário, a 31 de Outubro de 1889, facto que não chegou a acontecer, uma vez que o monarca faleceu a 19 desse mês.
Na verdade, Casanova acabaria por concluir o conjunto de aguarelas apenas em Setembro de 1895.
Casa de Jantar (actual Sala das Pegas), c. 1889
Vista parcial da Sala das Pegas, com a mesa posta para vários convidados.
Esta aguarela faz parte de um álbum que contém uma colecção de interiores dos Paços Reais da Ajuda, Sintra e da Cidadela de Cascais, encomendado pela Rainha D. Maria Pia para ser oferecido ao Rei D. Luís no dia do seu aniversário, a 31 de Outubro de 1889, facto que não chegou a acontecer uma vez que o monarca faleceu a 19 desse mês.
Na verdade, Casanova acabaria por concluir o conjunto de aguarelas apenas em Setembro 1895.
Sala de Despacho de El-Rei D. Luís I, c. 1889
Vista da Sala de Despacho dos aposentos de D. Luís. Estes aposentos, contíguos aos de D. Maria Pia, situavam-se no espaço correspondente à actual Sala Manuelina. Raul Lino, na década de 30 do século XX, devolveu a este espaço a sua dimensão original.
Esta aguarela faz parte de um álbum que contém uma colecção de interiores dos Paços Reais da Ajuda, Sintra e da Cidadela de Cascais, encomendado pela Rainha D. Maria Pia para ser oferecido ao Rei D. Luís no dia do seu aniversário, a 31 de Outubro de 1889, facto que não chegou a acontecer uma vez que o monarca faleceu a 19 desse mês.
Na verdade, Casanova acabaria por concluir o conjunto de aguarelas apenas em Setembro 1895.
Gabinete de Trabalho de El-Rei D. Luís I, c. 1889
Vista do Gabinete de Trabalho dos aposentos de D. Luís. Estes aposentos, contíguos aos de D. Maria Pia, situavam-se no espaço correspondente à actual Sala Manuelina. Raul Lino, na década de 30 do século XX, devolveu a este espaço a sua dimensão original.
Esta aguarela faz parte de um álbum que contém uma colecção de interiores dos Paços Reais da Ajuda, Sintra e da Cidadela de Cascais, encomendado pela Rainha D. Maria Pia para ser oferecido ao Rei D. Luís no dia do seu aniversário, a 31 de Outubro de 1889, facto que não chegou a acontecer uma vez que o monarca faleceu a 19 desse mês.
Na verdade, Casanova acabaria por concluir o conjunto de aguarelas apenas em Setembro 1895.
Quarto de D. Luís I, c. 1889
Vista do Quarto de Cama dos aposentos de D. Luís. Estes aposentos, contíguos aos de D. Maria Pia, situavam-se no espaço correspondente à actual Sala Manuelina. Raul Lino, na década de 30 do século XX, devolveu a este espaço a sua dimensão original.
Esta aguarela faz parte de um álbum que contém uma colecção de interiores dos Paços Reais da Ajuda, Sintra e da Cidadela de Cascais, encomendado pela Rainha D. Maria Pia para ser oferecido ao Rei D. Luís no dia do seu aniversário, a 31 de Outubro de 1889, facto que não chegou a acontecer uma vez que o monarca faleceu a 19 desse mês.
Na verdade, Casanova acabaria por concluir o conjunto de aguarelas apenas em Setembro 1895.
sábado, 8 de setembro de 2012
Praias de Portugal: 7 maravilhas
Hoje vamos saber quais foram as escolhidas, as preferidas de quem votou. Na última hipótese de votação, escolhi o Guincho - já não se podia votar na Praia das Maçãs, na Adraga ou na Ursa...
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender
1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.
2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.
3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.
4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.
5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.
6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".
8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".
9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.
10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.
Luís Fernando Veríssimo
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Henri Cartier Bresson
Cartier Bresson
Bruxelas, 1932
Washington, 1961
Este fotógrafo nasceu e faleceu em agosto, a 22 e a 2. Tinha pensado em postar umas fotos dele, numa dessas datas, mas passou-me. De modo que hoje escolhi estas duas.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Cinema em casa - 3
O Portugal de há 60 anos, em plena II Guerra Mundial e Exposição do Mundo Português, através da montagem de imagens de arquivo da propaganda do Estado Novo. Um filme de João Canijo, a não perder.
Quinteto Lisboa
João Gil em mais uma experiência musical. Muito boa!
Músicas de João Gil. "O Silêncio" é um poema de Sophia e "Atrás dos meus cortinados" tem letra de Joã Monge.
O Quinteto Lisboa vai atuar no dia 7 na Culturgest e vamos lá estar.
domingo, 2 de setembro de 2012
Palácio Nacional de Sintra visto por Eduard von Löwenfels
No site do Palácio Nacional de Sintra podem ver-se imagens antigas dos interiores do palácio: http://pnsintra.imc-ip.pt/pt-PT/emfoco/imagensantigas/PrintVersionContentDetail.aspx?id=448
Depois de ter aqui vindo parar, fui dar uma volta - mais uma! - pelo palácio, e hoje retirei do site algumas litografias de Eduard von Löwenfels, pertencentes à obra Erinnerungen aus Portugal und Spanien, c. 1841.
Depois de ter aqui vindo parar, fui dar uma volta - mais uma! - pelo palácio, e hoje retirei do site algumas litografias de Eduard von Löwenfels, pertencentes à obra Erinnerungen aus Portugal und Spanien, c. 1841.
Pátio central
Sala dos Cisnes
Sala dos Brasões
sábado, 1 de setembro de 2012
O ensino profissional não pode ser um castigo
É um erro a ideia de obrigar os alunos com notas fracas a frequentar cursos profissionais. Em primeiro lugar porque é uma medida de facilitismo. O insucesso escolar dos alunos só pode ser combatido com mais tempo de trabalho e de estudo, não com menos, e isso exige muito tanto dos professores e das escolas como dos pais. Esta medida vai desobrigar as escolas, os professores e as famílias do esforço de ensinar a todos os alunos as matérias básicas necessárias e mínimas para uma cidadania plena. Dá-se às escolas o sinal de que se pode desistir de alguns jovens, de que não vale a pena o esforço de tentar recuperar o insucesso com mais trabalho. E dá aos alunos o sinal de que, afinal, não é obrigatório estudar, podem antes ir de castigo aprender uma profissão. As estatísticas do insucesso escolar têm agora uma solução fácil.
Em segundo lugar, desvaloriza o ensino profissional e as profissões, lançando sobre estes o anátema do castigo. No passado tivemos um problema com o ensino técnico, conotado como ensino para pobres. Demorámos muitos anos a recuperar a imagem do ensino vocacional, o que foi conseguido ao longo de mais de 20 anos com a qualidade do trabalho realizado pelas escolas profissionais privadas e, ultimamente, com o esforço de desenvolvimento do ensino profissional em todas as escolas públicas. Em 2005 apenas 12% dos alunos do ensino secundário frequentavam cursos profissionais. Hoje são mais de 40%. Este é o melhor sinal da recuperação do prestígio e da valorização social desta via de ensino, agora em risco com a sua anunciada transformação em castigo.
Finalmente, as boas práticas internacionais. Tanto a OCDE como a União Europeia recomendam, justamente, o contrário daquilo que o Ministério da Educação pretende fazer. Insistem na necessidade de garantir a todos os jovens uma escolaridade básica de cidadania pelo menos até aos 15 anos. Insistem que as escolhas vocacionais exigem maturidade que os alunos não têm antes dessa idade.
É indispensável continuar a diminuir o insucesso e a consolidar a rápida progressão do ensino profissional nos últimos anos. É um erro que comprometerá estes dois objectivos o encaminhamento precoce, compulsivo e estigmatizante agora anunciado.
Maria de Lurdes Rodrigues
(Diário de Notícias, 31 agosto 2012)
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