Em segundo lugar, desvaloriza o ensino profissional e as profissões, lançando sobre estes o anátema do castigo. No passado tivemos um problema com o ensino técnico, conotado como ensino para pobres. Demorámos muitos anos a recuperar a imagem do ensino vocacional, o que foi conseguido ao longo de mais de 20 anos com a qualidade do trabalho realizado pelas escolas profissionais privadas e, ultimamente, com o esforço de desenvolvimento do ensino profissional em todas as escolas públicas. Em 2005 apenas 12% dos alunos do ensino secundário frequentavam cursos profissionais. Hoje são mais de 40%. Este é o melhor sinal da recuperação do prestígio e da valorização social desta via de ensino, agora em risco com a sua anunciada transformação em castigo.
Finalmente, as boas práticas internacionais. Tanto a OCDE como a União Europeia recomendam, justamente, o contrário daquilo que o Ministério da Educação pretende fazer. Insistem na necessidade de garantir a todos os jovens uma escolaridade básica de cidadania pelo menos até aos 15 anos. Insistem que as escolhas vocacionais exigem maturidade que os alunos não têm antes dessa idade.
É indispensável continuar a diminuir o insucesso e a consolidar a rápida progressão do ensino profissional nos últimos anos. É um erro que comprometerá estes dois objectivos o encaminhamento precoce, compulsivo e estigmatizante agora anunciado.
Maria de Lurdes Rodrigues
(Diário de Notícias, 31 agosto 2012)
Esta mulher até fez umas coisas decentes no ME, mas com a falta de diálogo que teve e um feitio "posso, quero e mando", deitou tudo a perder.
ResponderEliminarO Crato desde que esteve nos EUA virou neoliberal. Que tristeza!
AM
O Crato também é "posso, quero e mando" (como todo o governo), mas com vai fazendo uns sorrisos...
ResponderEliminarEspanta-me é o Sindicato dos Professores que andava sempre a apelar a greves e manifestações, agora estar muito quietinho. Fantástico!!!
AM
AM, no geral concordo com o que diz.
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