quinta-feira, 16 de maio de 2013

Funcionários públicos: enterrados vivos

por JOAQUIM JORGE, Biólogo e fundador do Clube dos Pensadores


O Governo, ao engendrar um sistema maquiavélico de despedimentos na função pública, vai conseguir fazer algo de extraordinário: enterrar pessoas vivas.
Como o vai fazer é diabólico. Os funcionários públicos passam de uma posição aparentemente favorável (segurança no emprego), para uma situação pífia e histriónica, despedindo sem mais nem menos).
A jactância desta situação é insólita e torna o funcionário público refém de uma estratégia delineada exactamente, por quem é em parte culpado, do endividamento até ao tutano do nosso querido País.
A morbidez desta situação é que o funcionário público é enterrado vivo e é ele que faz a cova onde vai ser enterrado, pois ao longo desta crise têm-lhe sido cortados (pá a pá) direitos como vencimento, subsídio, acesso à saúde, etc.
O caricato desta situação é que se exige tudo e não se lhe dá nada ou muito pouco. Manda-se embora do pé para a mão e dá-se uma indemnização, porém se essa indemnização passar os 47 000euro euros, não a recebe, depois não tem direito a subsidio de desemprego, como qualquer trabalhador tem acesso. Por fim, nunca mais pode trabalhar num organismo público. O que é isto senão enterrar uma pessoa viva? Coartar a possibilidade de refazer ou tentar refazer a sua vida como acontece, num comum funcionário privado que é despedido e pode ir para o privado ou até para o público.

DN, 14 Maio 2013

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