A UNESCO classificou neste sábado a Universidade de Coimbra como Património Mundial.
A decisão foi tomada na 37.ª sessão do Comité do Património Mundial da UNESCO, que decorre em Phnom Penh, no Camboja. O território da candidatura inclui a zona da Alta universitária e parte da Rua da Sofia, onde funcionou o primeiro pólo escolar da universidade.
O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, diz que se trata de “um momento muito emocionante e muito especial para Coimbra, para a Universidade e também para o país".
João Gabriel Silva diz ter ainda mais orgulho na decisão pelo facto de a candidatura ter sido reconhecida por três critérios distintos, um dos quais foi acrescentando neste sábado pelo próprio comité para o património mundial e que não constava do parecer final antes da votação. Foi acrescentando o critério VI, que é o critério que identifica, diz João Gabriel Silva, “uma cultura que teve impacto na humanidade”.
“Portanto o que foi distinguido hoje pela UNESCO não é apenas um conjunto de edifícios antigos e bonitos, o que foi reconhecido foi uma cultura que ajudou a modelar o mundo. Coimbra foi reconhecida como o ícone de uma cultura que é a cultura portuguesa, e como ícone de uma cultura e de uma língua que ajudaram a modelar o mundo como o conhecemos”, afirma. “É uma coisa de uma dimensão extraordinária. Como reitor até me sinto pequenino perante uma coisa desta dimensão”, conclui.
No domingo haverá uma iniciativa chamada "Coimbra em Festa", a decorrer na Praça do Comércio, na Baixa de Coimbra, a partir das 16h00, e que tem como objectivo comemorar a distinção.
Apesar de ser uma aspiração antiga, o projecto da candidatura começou a ganhar forma em 1999 a partir da tese de doutoramento que António Pimentel, actual director do Museu Nacional de Arte Antiga e o primeiro director científico da candidatura, realizou sobre o Paço das Escolas.
Com o tempo, a candidatura alargou também o seu âmbito: do Paço das Escolas passou a incluir toda a Alta universitária e Rua da Sofia, num conjunto de mais de 30 edifícios, e ao património material juntou o imaterial, como a produção cultural e científica, as tradições académicas, o papel desempenhado ao serviço da língua portuguesa.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, numa reacção à Lusa, considerou que a classificação beneficiará “a economia, o turismo, o conhecimento e o cosmopolitismo” da cidade, mas que também é “muito prestigiante” para Portugal.
“É um grande dia para Portugal e para Coimbra. A meritória candidatura a património mundial passou com brilho e beneficiará” a cidade em várias áreas, afirmou Paulo Portas numa declaração escrita. O ministro agradece “o trabalho impecável” não apenas do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), da Comissão Nacional da UNESCO e da embaixada, como também “o trabalho incessante dos promotores da ideia, desde a autarquia até à Universidade.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros acrescentou que esta distinção é um “reconhecimento internacional, que agora é muito justamente atribuído a Coimbra”. Para o ministério, constitui um “motivo de orgulho e regozijo” para a cidade e para o país e “dá conta da confiança da UNESCO na capacidade de o Estado para preservar o valor dos seus bens patrimoniais”.
(Público)
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