«Sou uma figura de romance por escrever, passando aérea, e desfeita sem ter sido, entre os sonhos de quem me não soube completar.» Bernardo Soares
sábado, 31 de outubro de 2015
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
Ricardo Mealha: Ainda ontem
Tive a sorte de conhecer Ricardo Mealha. Era um génio e sabia-o. Sendo também inteligente e generoso, fazia tudo para esconder o génio dele dos outros.
Nunca trabalhei com ele. Apenas me entregou o projecto gráfico, lindo e completo até ao último pormenor, da revista A Preguiça. Mas fez-me sentir que eu estava tão envolvido no resultado final como ele. Mentira. Foi ele que fez tudo à volta das fotografias da igualmente genial Inês Gonçalves, amiga minha, que o recomendou e convenceu.
Estou tão triste. Não consigo imaginar a tristeza dos muitos, verdadeiros amigos dele, dentro e fora da família dele. Mas se a dor de quem apenas o conheceu duas vezes é esta toda, então sim, imagino a dor de quem teve a sorte de conhecê-lo melhor, de ser amigo ou amiga dele ou amá-lo.
Na quinta-feira passada, dia 22, Ricardo Mealha fez 47 anos. Estava a morrer com um cancro no cérebro. Como é que aquela cabeça tão luzidia e alegre, tão e sfuziante e criadora, tão sábia e desobediente, foi apagada tão cedo?
As notícias falam dos trabalhos dele, todos eles, sem falta, perfeitos. Ricardo Mealha empenhava-se em tudo. É um dos vícios do génio: não conseguir reprimir-se ou escolher.
O único sinal humano veio de outro génio da comunicação: Manuel Reis, do Lux, que trabalhou mais de 20 anos com ele. Disse ele que talvez a qualidade mais importante de Ricardo Mealha era a capacidade dele “de arriscar, de experimentar e de fazer diferente”.
É isso. É.
Miguel Esteves Cardoso
(Público, 27.10.2015)
Nunca trabalhei com ele. Apenas me entregou o projecto gráfico, lindo e completo até ao último pormenor, da revista A Preguiça. Mas fez-me sentir que eu estava tão envolvido no resultado final como ele. Mentira. Foi ele que fez tudo à volta das fotografias da igualmente genial Inês Gonçalves, amiga minha, que o recomendou e convenceu.
Estou tão triste. Não consigo imaginar a tristeza dos muitos, verdadeiros amigos dele, dentro e fora da família dele. Mas se a dor de quem apenas o conheceu duas vezes é esta toda, então sim, imagino a dor de quem teve a sorte de conhecê-lo melhor, de ser amigo ou amiga dele ou amá-lo.
Na quinta-feira passada, dia 22, Ricardo Mealha fez 47 anos. Estava a morrer com um cancro no cérebro. Como é que aquela cabeça tão luzidia e alegre, tão e sfuziante e criadora, tão sábia e desobediente, foi apagada tão cedo?
As notícias falam dos trabalhos dele, todos eles, sem falta, perfeitos. Ricardo Mealha empenhava-se em tudo. É um dos vícios do génio: não conseguir reprimir-se ou escolher.
O único sinal humano veio de outro génio da comunicação: Manuel Reis, do Lux, que trabalhou mais de 20 anos com ele. Disse ele que talvez a qualidade mais importante de Ricardo Mealha era a capacidade dele “de arriscar, de experimentar e de fazer diferente”.
É isso. É.
Miguel Esteves Cardoso
(Público, 27.10.2015)
Vamos comprar o Sequeira para o MNAA
Domingos Sequeira - A Adoração dos Magos, 1828
A obra, que data de 1828, pertence ao último período de Domingos Sequeira, pintor que morreu em 1837. A Adoração dos Magos foi adquirido em 1845 pelo duque de Palmela à filha do artista, tendo estado até agora numa coleção particular.
O valor mínimo de contribuição para a angariação de fundos para a obra cujo preço está fixado em 600 mil euros é de seis cêntimos.
Numa cerimónia que teve lugar ontem, o diretor do MNAA, António Filipe Pimentel, tirou o pano branco que cobria a pintura, cuja compra poderá ser financiada por esta campanha de crowdfunding.
Adira a esta iniciativa em: http://patrocinar.publico.pt/
terça-feira, 27 de outubro de 2015
domingo, 25 de outubro de 2015
sábado, 24 de outubro de 2015
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
Leituras - 37
"Joel Harrison é um rapaz solitário e algo efeminado, que, com treze anos, vai viver com o pai, após a more da mãe. Este, que o abandonou à nascença, vive numa mansão no meio dos campos do Alabama. Segue-se um painel de encontros que irão mudar para sempre a vida do jovem protagonista. Outras vozes, outros lugares é um livro semi-autobiográfico e o primeiro romance publicado de Truman Capote." (Contracapa do livro.)
Gosto muito da escrita de Truman Capote. Recomendo.
Gosto muito da escrita de Truman Capote. Recomendo.
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
sábado, 17 de outubro de 2015
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
terça-feira, 13 de outubro de 2015
domingo, 11 de outubro de 2015
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
domingo, 4 de outubro de 2015
sábado, 3 de outubro de 2015
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
O emprego e o PSD
E anda este país de pelintras, em que as pessoas não trabalham e só se divertem (segundo a Alemanha, a Suíça, etc, etc.) a gastar dinheiro com a formação médicos, enfermeiros, engenheiros (que eles não formam e por isso não têm) para irem trabalhar para lá. Mas que maravilha!!!...
Dia de ser o que quisermos ser
Pronto, chegámos ao último dia de campanha. Amanhã é dia de reflexão e depois seja o que o crucifixo de Passos quiser.
Pronto, chegámos ao último dia de campanha. Amanhã é dia de reflexão e depois seja o que o crucifixo de Passos quiser. É altura de, como diria o - ainda - nosso PM, sermos aquilo que queremos ser. Mais ou menos, não é? Não dá para ser exactamente o que queremos ser porque há factores que não dominamos.
Por exemplo, dentro do que queremos ser para os próximos quatro anos, ninguém quer que deixar de ter Autoeuropa. Mas não podemos dominar factores como a má gestão dos alemães. Talvez derivado às viagens que Merkel e Schauble têm feito ao países do Sul, a gestão rigorosa e exigente dos alemães, apanhou o vírus trafulha da malta do Sul. Se a Autoeuropa fecha, lá se vai o PIB, as exportações e o emprego. Também temos tido azar. BES, PT e agora, se calhar, a Autoeuropa. Só falta a Joana Vasconcelos cair de uma escada, o Ronaldo naturalizar-se espanhol e cientistas descobrirem que o pastel de nata causa impotência.
Não podemos ser o que queremos ser, no dia 5, porque não queríamos ser donos do Novo Banco e ainda somos. Como é que eu vou ser o que quero ser , se estou sempre a pagar o que os banqueiros quiseram ter? É complicado. A única forma é martelarmos o que queremos ser. Como naquela publicidade antiga do indiano que quer ter um Peugeot 206 e usa um elefante para dar forma ao velho chaço.
Tem sido isso ao longo dos últimos anos. Martelar, para caber. Martelar, para acertar. É tudo à martelada. Vamos a caminho de umas eleições, no final de 2015, e ainda estão a martelar os números do BPN. Já o Oliveira e Costa não tem força para pegar num martelo. A PàF indigna-se com um chumbo no orçamento de 2016 e ainda estão a retocar o défice de 2012 e a remodelar o de 2014. Dá a sensação que o défice é o que quiser ser, que a dívida também faz o que lhe apetece e que o desemprego é o que tem sido. Só nós é que não podemos ser nada do que nos apetece.
Até nestas eleições, não tivemos oportunidade de ser o que somos. Fomos o que as sondagens disseram que éramos. Fomos martelados para dar espaço às sondagens. Vamos votar como se já soubéssemos o resultado final. Uns vão votar a ganhar por 3-0, outros a perder por dois, outros a zero e outros nem lá vão porque o jogo já acabou.
Não faço ideia o que este país quer ser. Já quis ser Cavaco Silva por mais 10 anos, tudo é possível. Dia 4 de Outubro não muda muita coisa, mas muda tudo, porque pode não mudar nada.
Bom domingo.
João Quadros
Jornal de Negócios, 2 out. 2015
Pronto, chegámos ao último dia de campanha. Amanhã é dia de reflexão e depois seja o que o crucifixo de Passos quiser. É altura de, como diria o - ainda - nosso PM, sermos aquilo que queremos ser. Mais ou menos, não é? Não dá para ser exactamente o que queremos ser porque há factores que não dominamos.
Por exemplo, dentro do que queremos ser para os próximos quatro anos, ninguém quer que deixar de ter Autoeuropa. Mas não podemos dominar factores como a má gestão dos alemães. Talvez derivado às viagens que Merkel e Schauble têm feito ao países do Sul, a gestão rigorosa e exigente dos alemães, apanhou o vírus trafulha da malta do Sul. Se a Autoeuropa fecha, lá se vai o PIB, as exportações e o emprego. Também temos tido azar. BES, PT e agora, se calhar, a Autoeuropa. Só falta a Joana Vasconcelos cair de uma escada, o Ronaldo naturalizar-se espanhol e cientistas descobrirem que o pastel de nata causa impotência.
Não podemos ser o que queremos ser, no dia 5, porque não queríamos ser donos do Novo Banco e ainda somos. Como é que eu vou ser o que quero ser , se estou sempre a pagar o que os banqueiros quiseram ter? É complicado. A única forma é martelarmos o que queremos ser. Como naquela publicidade antiga do indiano que quer ter um Peugeot 206 e usa um elefante para dar forma ao velho chaço.
Tem sido isso ao longo dos últimos anos. Martelar, para caber. Martelar, para acertar. É tudo à martelada. Vamos a caminho de umas eleições, no final de 2015, e ainda estão a martelar os números do BPN. Já o Oliveira e Costa não tem força para pegar num martelo. A PàF indigna-se com um chumbo no orçamento de 2016 e ainda estão a retocar o défice de 2012 e a remodelar o de 2014. Dá a sensação que o défice é o que quiser ser, que a dívida também faz o que lhe apetece e que o desemprego é o que tem sido. Só nós é que não podemos ser nada do que nos apetece.
Até nestas eleições, não tivemos oportunidade de ser o que somos. Fomos o que as sondagens disseram que éramos. Fomos martelados para dar espaço às sondagens. Vamos votar como se já soubéssemos o resultado final. Uns vão votar a ganhar por 3-0, outros a perder por dois, outros a zero e outros nem lá vão porque o jogo já acabou.
Não faço ideia o que este país quer ser. Já quis ser Cavaco Silva por mais 10 anos, tudo é possível. Dia 4 de Outubro não muda muita coisa, mas muda tudo, porque pode não mudar nada.
Bom domingo.
João Quadros
Jornal de Negócios, 2 out. 2015
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
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