« (...) O que faz falta é que alguém diante de Trump e em directo lhe responda de forma clara e inequívoca, que se levante e lhe diga algumas verdades, já que não conseguirá dizer muitas, porque será calado e escoltado para fora da sala. Que faça aquilo que os anarquistas chamavam “a propaganda pelo exemplo”, uma das coisas mais poderosas quando se pode fazer diante de milhões de pessoas que estão a ver ou vão ver, como seja dizer esta simples frase: “O senhor Presidente, sua Excelência, Sir, sua Majestade, sua Eminência, Grande Negociador, etc., por que razão o senhor mente tão sistematicamente, por que razão é um mentiroso?” Não lhe perguntem sobre políticas, que ele aí vai dizer o que quer, dependendo de quem está ao lado e, no dia seguinte, muda tudo na solidão do Twitter ou vice-versa. Mas duvido que hoje abundem as pessoas que possam ter estatuto para estar diante dele, sejam governantes, sejam jornalistas, e que tenham essa pequena coragem, nem muito especial, nem muito coragem, de não ter transigência, nem complacência com Trump e o confrontar. (...)»
José Pacheco Pereira, Público, 14 julho 2018
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